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Partido de Merkel vence extrema direita no último teste regional antes de eleições legislativas

Os conservadores do partido de Angela Merkel venceram com ampla vantagem as eleições regionais em Saxônia-Anhalt, superando o partido de extrema direita AfD. A votação se anunciava apertada na região, uma das mais pobres da Alemanha e suscetível ao discurso populista do AfD, anti-imigração e negacionista da pandemia.

O chefe dos conservadores da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, lidera uma coalizão sem precedentes com os Verdes e os social-democratas do SPD desde 2016.
O chefe dos conservadores da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, lidera uma coalizão sem precedentes com os Verdes e os social-democratas do SPD desde 2016. AFP - RONNY HARTMANN
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Conforme os resultados da boca de urna, divulgados às 18h deste domingo (6), a União Democrática Cristã (CDU) obteve entre 35 e 36% dos votos, contra o Alternativa para a Alemanha, com 22,5 a 23,5% das cédulas. O partido da chanceler governa quase ininterruptamente a região desde a reunificação alemã, mas a legenda anti-imigração se tornou a segunda força política regional desde 2016 (24 a 28% dos votos).

“É um resultado sensacional”, comemorou o secretário-geral da CDU, Paul Ziemiak, atribuindo a vitória ao líder dos conservadores da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff. “Estou feliz. As pessoas votaram contra a AfD (...) Nós combatemos de maneira unida. É também uma mensagem direção a Berlim”, analisou Haseloff.

Este foi um último teste decisivo antes das eleições legislativas de setembro, que encerrarão o governo de 16 anos de Angela Merkel. Nunca uma eleição neste pequeno estado atraiu tanto interesse no âmbito nacional – uma vitória eleitoral do AfD, sem precedentes no país, seria uma catástrofe para Armin Laschet, o impopular chefe da CDU e aspirante sucessor de Merkel na Chancelaria.

Proibido flertar com o AfD

O maior partido alemão vive há vários meses uma crise de confiança devido a falhas na gestão governamental durante a terceira onda da epidemia do coronavírus, assim como aos escândalos de corrupção de deputados em contratos de compra de máscaras.

A CDU, que já enfrentou dois reveses em duas eleições regionais, também sofre uma feroz luta interna: a candidatura de Laschet foi questionada pelo chefe do partido bávaro CSU, Markus Soder, considerado mais apto para liderar os conservadores.

O chefe da CDU acabou prevalecendo, mas ainda é pouco querido no país. Ele precisa de uma vitória para unir suas tropas e consolidar a posição dos conservadores. Tendo ficado atrás dos Verdes na intenção de voto em nível nacional, eles recuperaram recentemente o primeiro lugar.

"A CDU não pode se envolver com o AfD. Quem o fizer, deve deixar a CDU", advertiu Laschet na quinta-feira, diante da tentação de muitos conservadores de cooperar com o partido anti-imigração.

Ascensão da extrema direita

Saxônia-Anhalt, 'land' duramente atingido pelo êxodo de seus habitantes desde a reunificação em 1990, é um terreno fértil para o AfD, que construiu seu sucesso alimentando temores sobre o fluxo de migrantes para o país em 2015 e que acusa o governo central de esquecer as regiões da ex-RDA, a Alemanha oriental comunista.

O líder dos conservadores da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, cujo partido obteve 30% dos votos nas últimas eleições, lidera uma coalizão sem precedentes com os Verdes e os social-democratas do SPD desde 2016.

Em 2017, a extrema direita entrou no Bundestag, o Parlamento nacional, e se tornou a primeira força de oposição, com 12,6% dos votos.

Com informações da AFP

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