Acessar o conteúdo principal
Espanha/Eleição

Pesquisas apontam socialista Sánchez como favorito nas eleições na Espanha

Em um cenário indefinido, os espanhóis votam neste domingo (28) para eleger os novos deputados do país. O chefe do governo, o socialista Pedro Sánchez, é apontado como favorito pelas pesquisas, mas não conquistaria a maioria. O avanço espetacular do partido de extrema direita Vox, com 11% das intenções de voto, e a fragmentação do eleitorado dificultaria a formação de um governo liderado pelos socialistas.

Cerca de 37 milhões de eleitores votam nas eleições legislativas antecipadas da Espanha neste domingo, 28 de abril de 2019.
Cerca de 37 milhões de eleitores votam nas eleições legislativas antecipadas da Espanha neste domingo, 28 de abril de 2019. REUTERS/Jon Nazca
Publicidade

As urnas foram abertas em toda a Espanha às 9 h (4 h da manhã em Brasília). Até às 20h00, os cerca de 37 milhões de eleitores podem votar para eleger os 350 deputados da câmara baixa e 208 dos 266 senadores.

O favorito nas pesquisas é Pedro Sánchez, chefe de um governo minoritário que chegou ao poder em junho. Seu Partido Socialista (PSOE) teria entre 25% a 30% dos votos. Sem maioria absoluta, ele teria que obter o apoio de outros partidos para formar uma coalizão e continuar no poder.

Depois de votar neste domingo, o primeiro-ministro espanhol insistiu na necessidade de ter "uma maioria parlamentar suficientemente ampla que permita quatro anos de estabilidade." O socialista promete avanços nas áreas "de justiça social, harmonia nacional e limpeza política", depois de "muitos anos de instabilidade, de incerteza".

O partido de esquerda radical Podemos quer governar com Sánchez, para garantir "a presença de políticas de esquerda na Espanha", como disse seu líder, Pablo Iglesias, confiante de que há "uma ampla maioria progressista" no país.

Fragmentação do eleitorado

Mas o eleitorado está fragmentado. O resultado nas urnas de três partidos de oposição ao governo pode complicar os planos de Sáchez. Ciudadanos, Partido Popular (PP) e o Vox de extrema direita podem repetir o sucesso obtido recentemente nas eleições da Andaluzia, quando derrotaram o PSOE em seu maior reduto eleitoral.

A ascensão do Vox é a grande novidade dessa eleição legislativa. Diferentemente do resto da Europa, a extrema direita era marginal até poucos meses atrás na Espanha. Os socialistas usaram o avanço do partido extremista para tentar mobilizar seus eleitores e, em particular, as mulheres, visadas pelo discurso antifeminista do Vox.

Sánchez "me parece uma opção moderada. Não fez muito mal nos últimos meses", disse à AFP em Madri Carlos González, aposentado da construção civil.

Em Barcelona, Victoria Gracia, de 59 anos, declarou ter votado no Podemos "para que façam um pacto com o PSOE", e porque considera "repulsivo" pensar em um Executivo de direitas. Ao seu lado, a aposentada Teresa Díaz se desencantou com o Ciudadanos, firme defensor da unidade da Espanha, frente ao desafio separatista da Catalunha. "Espero que a direita vença para colocar ordem aqui, mas estou angustiada".

Possíveis alianças

O líder do PP, Pablo Casado, disse estar aberto a governar com os liberais do Ciudadanos e com o Vox, um partido fundado há cinco anos e que vem lotando seus comícios em toda a Espanha há meses. As pesquisas apontam que o Vox deverá eleger cerca de 30 deputados, apesar de alguns analistas alertarem que há um voto oculto e que poderá conseguir mais.

Os três partidos de oposição querem "chutar Sánchez", e as eleições são apresentadas como uma batalha entre os blocos de esquerda e de direita. No entanto, há uma possibilidade intermediária, não negada pelo líder socialista: a de se aliar com o Ciudadanos, liderado por Albert Rivera, para formar uma maioria.

Essa hipótese evitaria que Sánchez recorresse aos partidos separatistas catalães que em troca de apoio pedem um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha. O primeiro-ministro é contra essa consulta popular.

Separatistas catalães

A crise na Catalunha foi um dos temas dominante da campanha. Em junho passado, Sánchez se apoiou nos partidos catalães para aprovar a moção de censura que retirou o conservador Mariano Rajoy do poder. Por causa dessa aliança, o socialista foi acusado pela direita de ser um "traidor" e um "perigo público". A extrema direita foi mais longe e taxou, na última sexta-feira (26), o primeiro-ministro e seus parceiros de representarem "a anti-Espanha", um conceito muito utilizado nos anos 1930.

O presidente de governo se defende, afirmando que foram os separatistas e a direita que derrubaram em fevereiro o seu Orçamento 2019, e forçaram as eleições antecipadas, as terceiras legislativas em apenas três anos e meio.

Independentemente do resultado nas urnas, questão catalã será um dos temas centrais no próximo governo. O Supremo Tribunal da Espanha continua o julgamento, iniciado em fevereiro, de 12 líderes separatistas que participaram da tentativa frustrada de secessão unilateral de 2017.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.