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Linha Direta

Conferência da mulher em Copenhague debate violência sexual e zika

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A Conferência Women Deliver, o maior encontro mundial da década sobre saúde, bem-estar e direitos de meninas e mulheres, discute até quinta-feira (19) questões como violência sexual, doenças sexualmente transmissíveis, Aids, zika e acesso à educação entre outros assuntos. Cerca de 5.500 pessoas participam desta quarta edição da conferência, que este ano acontece em Copenhague, na Dinamarca.

Participam da conferência Women Deliver, da esquerda para direita, a escocesa Annie Lennox, cantora e compositora,Margaret Chan, diretora da OMS e a diplomata Gro Harlem Brundtland.
Participam da conferência Women Deliver, da esquerda para direita, a escocesa Annie Lennox, cantora e compositora,Margaret Chan, diretora da OMS e a diplomata Gro Harlem Brundtland. Scanpix Denmark/Liselotte Sabroe/via REUTERS
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Margareth Marmori, correspondente em Copenhague

A conferência foi aberta nessa segunda-feira (16) pela princesa Mary da Dinamarca e contou com a presença do primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, o que dá uma ideia da importância do evento. Entre as participantes da cerimônia de abertura estavam a cantora escocesa Annie Lennox e a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2011, Tawakkol Karmen, ativista de direitos da mulher do Iêmen. O encontro não tem poder de decisão, mas tem sido importante para chamar a atenção para os problemas que atingem mulheres de todo o mundo e, principalmente, buscar soluções para eles.

A principal discussão será sobre como alcançar as metas para saúde, bem-estar e direitos das mulheres que estão previstas nos Objetivos Globais para Desenvolvimento Sustentável nos próximos 15 anos. Uma das ambições das Nações Unidas, por exemplo, é acabar com as mortes consideradas evitáveis até 2030. As mortes evitáveis são aquelas causadas por complicações no parto ou durante a gravidez e que levam à morte de cerca de 800 mulheres por dia.

Violência sexual no centro dos debates

A violência sexual contra as mulheres é um dos maiores temas em debate. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 35% de todas as mulheres sofrerão violência sexual em algum momento de suas vidas. Combater esse fenômeno traz respostas para outras questões. A violência sexual, por exemplo, ajuda a explicar um grave problema de saúde pública, que é o alto número de mulheres infectadas pelo vírus da Aids. Em algumas regiões da África, onde a violência sexual é maior, o número de mulheres infectadas com o HIV é cinco vezes mais alto do que o de homens.

O acesso das meninas à educação, que é outro tema da Conferência, pode ajudar a diminuir o problema da contaminação pela Aids entre adolescentes. Estudos mostram que o índice de infecção pode cair em até 60% quando as meninas recebem ajuda financeira para continuar seus estudos.

Mudança de mentalidade sobre investimento nas mulheres 

A diretora da organização responsável pelo evento, a dinamarquesa Katja Iversen, quer convencer os participantes de que a crise econômica, que hoje afeta vários países, não deve ser um freio aos investimentos nessa área. Segundo ela, garantir a saúde e os direitos de mulheres e meninas precisa ser visto como uma forma de investimento e não apenas como uma despesa. De acordo com Iversen, investimentos na melhoria de vida das mulheres geram um efeito dominó que produzem resultados positivos para a economia.

A conferência tem a participação da antropóloga e pesquisadora brasileira Débora Diniz, que vai discutir a importância do Estado brasileiro reconhecer as mulheres como as principais vítimas da epidemia de zika. Débora é diretora do filme “Zika", que será exibido durante a conferência e que conta a história de cinco mulheres sobreviventes da epidemia na Paraíba.

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