Aumento do fluxo de migrantes ameaça espaço Schengen, diz Le Figaro

O jornal "Le Figaro" traz na capa da edição desta sexta-feira (26) o aumento do fluxo de migrantes para a Europa, que já chega a 110 mil pessoas desde o início do ano, e o risco do fim do espaço Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre países entre 30 os países signatários: todos os integrantes da União Europeia (exceto Irlanda e Reino Unido) e três países que não são membros do bloco (Islândia, Noruega e Suíça).

Migrantes aguardam a distribuição de comida em um campo para refugiados em Atenas REUTERS/Alkis Konstantinidis

A reportagem começa dizendo que o governo alemão deu dez dias para que a Turquia demonstre sua boa fé e reduza consideravelmente o êxodo de refugiados e migrantes que atravessam o mar Egeu.

Segundo o jornal, a diminuição do fluxo é uma condição necessária para que os países da União Europeia, como já acontece na Suécia e na Dinamarca, não continuem fechando suas fronteiras nacionais.

O ultimato, lançado pelo ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, visa a Turquia, mas também capitais europeias, como Atenas, que deixaram o fluxo voltar a aumentar.

Acordo tem causado frustrações

O prazo de dez dias não foi dado por acaso: é exatamente após esse período que acontece a cúpula entre a União Europeia e a Turquia para reavaliar o acordo no qual o bloco europeu deu cerca de 3 bilhões de euros para ajudar o governo turco a receber os refugiados e a frear a viagem deles à Europa. Para o Le Figaro, esse pacto só tem causado frustrações de ambos os lados.

Entrevistado pelo jornal, o historiador Pierre Vermeren diz que o problema passa também pelas máfias e pelas milícias políticas que se enriquecem com o tráfico de pessoas. Para ele, se as autoridades líbias e ocidentais reduzissem o poder do Estado Islâmico na Líbia, isso resultaria no fim do fluxo de migrantes vindos daquele país.