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Europa/Segurança

Crise migratória ameaça existência da Europa, diz Kerry em Munique

O conflito sírio, e a onda de refugiados que ele provoca, continua dominando neste sábado (13) a 52ª Conferência sobre Segurança de Munique, um evento que reúne a cada ano numerosos dirigentes do mundo inteiro. O secretário de Estado americano, John Kerry, e os primeiros-ministros da França, Manuel Valls, e da Rússia, Dimitri Medvedev, participam do evento. Kerry estimou hoje que a crise migratória é uma "ameaça quase existencial" para a Europa. Já o premiê francês se posicionou contra uma proposta da Alemanha, assim que chegou a Munique.

John Kerry et Sergei Lavrov na Conferência de Munique na sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016.
John Kerry et Sergei Lavrov na Conferência de Munique na sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016. AFP
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Manuel Valls chegou a Munique para participar da Conferência sobre Segurança defendendo uma posição contrária a da Alemanha sobre a crise dos refugiados. O primeiro-ministro não é a favor do mecanismo permanente de distribuição de refugiados na Europa, proposto pela chanceler alemã Angela Merkel. "Não podemos receber todos os candidatos ao asilo", afirma. Para ele, a mensagem de "venham todos" pode destruir tanto a ideia de asilo quanto as bases da Europa.

Valls garante que não julga moralmente Merkel, que defende uma política de fronteiras abertas, mas que constata apenas os resultados do fluxo incessante de migrantes. Ele pede a intervenção de Bruxelas para estabelecer rapidamente regras e evitar a volta das fronteiras nacionais.

O primeiro-ministro francês também alertou sobre os riscos de novos atentados terroristas na Europa. "É uma certeza. Haverá outros grandes atentados no continente, mesmo se combatermos o terrorismo com determinação", afirmou.

Conflito sírio entre guerra e paz

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, também está preocupado com as repercussões da crise migratória para o futuro da Europa. Ele disse neste sábado em Munique que "os Estados Unidos entendem a natureza quase existencial desta ameaça à estrutura política e da vida na Europa".

A solução para essa crise migratória passa pela resolução do conflito sírio que na avaliação de Kerry está em um ponto fundamental entre a "guerra e a paz". Negociações para a aplicação do cessar-fogo na Síria, firmado ontem (12) entre Estados Unidos, Rússia e seus principais aliados, continuam. O acordo deve entrar em vigor em uma semana. Kerry pediu hoje que a aviação russa, que bombardeia posições da rebelião síria legítima e civis, "mude o alvo de seus ataques" e respeite o acordo pelo fim das hostilidades.

Mundo entrou em "nova Guerra Fria", diz Medvedev

O primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, afirmou hoje na Conferência de Segurança de Munique que as relações russo-ocidentais entraram em uma "nova Guerra Fria". "Quase todos os dias somos acusados de fazer novas ameaças horríveis contra a Otan, contra a Europa, contra os Estados Unidos ou outros países", acrescentou.

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