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Recorde: mais de 60 milhões de pessoas migraram em 2015

O número de refugiados e deslocados em 2015 ultrapassou 60 milhões de pessoas, batendo o recorde de 59,5 milhões de 2014, informou nesta sexta-feira (18) a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A principal causa deste fluxo migratório extraordinário é a guerra civil na Síria, mas outros conflitos pelo mundo, além do agravamento da desigualdade nos países do sul, também são fatores importantes. Mais de 20 milhões destes refugiados fogem da guerra e da perseguição, nível mais alto desde 1992.

Um migrante implora diante de uma linha de policiais na fronteira entre a Macedônia e a Grécia
Um migrante implora diante de uma linha de policiais na fronteira entre a Macedônia e a Grécia REUTERS/Yannis Behrakis
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Cerca de 2,5 milhões de pessoas aguardam respostas a pedidos de asilo. Quase um milhão desses processos foram abertos no primeiro semestre, principalmente na Alemanha, nos Estados Unidos e na Rússia. "O número de pessoas obrigadas a se exilar deve ter ultrapassado os 60 milhões neste ano", diz o relatório. "Um em cada 122 seres humanos foi obrigado a deixar seu lugar de origem".

Os países em desenvolvimento que ficam nas cercanias de regiões de conflito, como a Turquia, acolhem a maior parte das vítimas das guerras. A guerra na Síria, que começou em 2011, é, sem dúvida, o principal fator de aumento do número de deslocados: 4,2 milhões de pessoas fugiram para o exterior e 7 milhões permanecem no país, mas abandonaram seus domicílios.

Pela quinta vez consecutiva, a crise migratória foi o tema central do Conselho Europeu, que começou na quinta e continua nesta sexta-feira em Bruxelas. Esse último encontro do ano entre os 28 países da União Europeia constatou que as medidas decididas nos últimos meses avançam muito lentamente.

Migração e crise síria na pauta das cúpulas internacionais

O bloco concordou em distribuir pelos estados membros 160 mil pessoas instaladas provisoriamente na Grécia e na Itália. Mas, até agora, menos de 200 pessoas foram encaminhadas a seus destinos finais. Quanto aos hotspots, os centros que devem se encarregar da triagem e do registro dos migrantes, apenas dois de 11 previstos estão funcionando.

Um ponto polêmico no encontro foi a proposta de criar uma guarda costeira europeia para reforçar a agência Frontex e frear a chegada de imigrantes ilegais. Alguns países temem a perda de soberania que essa medida implicará, mas isso será um tema para outra cúpula.

Nesta sexta-feira, Nova York recebe uma inédita reunião ministerial da ONU, que reunirá representantes de países aliados e inimigos de Bashar al-Assad para discutir a crise na Síria. As duas bases de sustentação internacional do regime de Damasco, Irã e Rússia, participarão do encontro, como ficou acordado depois da visita do chefe da diplomacia americana, John Kerry, a Moscou nesta semana.

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