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Alemanha/Grécia

Parlamento alemão aprova terceiro plano de ajuda à Grécia

Os deputados alemães aprovaram por ampla maioria nesta quarta-feira (19) o terceiro plano de ajuda financeira à Grécia. Dos 585 deputados presentes na Bundestag, 454 votaram a favor, 113 contra e 18 se abstiveram.

A chanceler Angela Merkel passa pelo Parlamento antes de embarcar em sua viagem ao Brasil.
A chanceler Angela Merkel passa pelo Parlamento antes de embarcar em sua viagem ao Brasil. REUTERS/Axel Schmidt
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A chanceler Angela Merkel esteve mais cedo no Parlamento, mas viaja ainda durante o dia para o Brasil. Por isso, ela deixou para seu ministro das Finanças, Wolfgang Schauble, a tarefa protocolar de convencer os deputados a dar o sinal verde ao plano que deverá injetar até 86 bilhões de euros nos próximos três anos na economia grega.

Esse pacote de ajuda é essencial para que Atenas pague uma parcela de quase € 3,5 bilhões da dívida com o Banco Central Europeu. Schauble é conhecido pela postura linha-dura contra Atenas, mas em seu discurso na abertura da sessão disse que seria "irresponsável" não aproveitar essa "nova chance" dada à Grécia, principalmente porque o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras já conseguiu aprovar uma série de reformas exigidas pelos credores do país.

Schauble estima que, se os gregos adotarem o programa previsto, a economia grega voltará a crescer nos próximos anos.

Na Holanda, os deputados também devem votar hoje o plano proposto à Grécia, mas em clima bem mais tenso. Devido a um racha no partido do primeiro-ministro Mark Rutte, não está descartada uma moção de censura contra o o governo que apoia a Grécia. O plano de ajuda foi negociado pelos líderes europeus com o governo grego, mas em muitos países, como Alemanha e Holanda, precisa receber o sinal verde do parlamento.

Privatização

Na terça-feira, o premiê grego se viu novamente sob fogo amigo, depois que o Diário Oficial publicou um decreto abrindo o caminho para a concessão de 14 aeroportos para um consórcio alemão.

Entre os aeroportos afetados por esse negócio, que inclui uma opção de leasing a um montante anual de € 22,9 milhões, estão Tessalônica, Hania, Creta, e outras ilhas, como Mykonos, Corfu, Rhodes and Santorini. O acordo havia sido aprovado pelo governo anterior, mas foi congelado pelo próprio partido Syriza do premiê Alexis Tsipras, quando a sigla chegou ao poder, em janeiro.

O governo resistiu como pôde diante da linha dura dos credores e dos "parceiros" da União Europeia e, durante meses de negociação, conseguiu manter-se fiel a sua proposta anti-austeridade. Mas, depois de um referendo em que a população rejeitou novas medidas de rigor, a Europa capitaneada pela Alemanha apertou o cerco e forçou a Grécia a se render e engolir um plano de austeridade duríssimo.

Base rachada

Agora, o Syriza, dividido, se vê ameaçado pelo fantasma da ingovernabilidade. Na manhã desta quarta-feira, o vice-ministro da Cultura, Nikos Xydakis, afirmou que Alexis Tsipras ainda não decidiu se convocará eventuais eleições antecipadas. Uma votação que chancelasse sua atuação poderia atenuar a debandada da base do governo, descontente com as políticas de austeridade.

Mas, na entrevista ao canal de televisão ERT, Xydakis avaliou que "neste momento, o mais importane é que o governo aja de acordo com o interesse do povo grego, acima do interesse do partido. Tsipras é o primeiro-ministro de 11 milhões de gregos, não dos 30 mil membros do Syriza".
 

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