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Grécia/Dívida

Falta de confiança dificulta conclusão de acordo com a Grécia

Sem acordo, os ministros das Finanças da zona do euro suspenderam à meia-noite deste sábado (11), em Bruxelas, as negociações sobre o plano de reformas apresentado pela Grécia aos seus credores (União Europeia e FMI). As discussões serão retomadas na manhã de domingo, mas a falta de confiança no governo grego dificulta a conclusão de um compromisso. Em um tuíte, o ministro das Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, disse que "as conversas avançam, mas continuam difíceis".

O ministro grego das Finanças, Euclide Tsakalotos (centro), na reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.
O ministro grego das Finanças, Euclide Tsakalotos (centro), na reunião do Eurogrupo, em Bruxelas. REUTERS/Francois Lenoir
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Após cinco horas de reunião neste sábado, os ministros do Eurogrupo interromperam os debates e pediram novas garantias a Atenas. Os europeus querem que o Parlamento grego aprove, já na semana que vem, o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), a reforma das aposentadorias e o novo ajuste fiscal prometido pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, antes de repassarem dinheiro novo a Atenas. Uma hora mais tarde, as discussões foram retomadas, mas foram novamente interrompidas à meia-noite. 

Os credores da Grécia (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) temem que Tsipras receba o dinheiro que reclama e, depois, não cumpra os ajustes combinados. As negociações são tensas e minadas pela desconfiança.

Os 19 países da zona do euro estão divididos. A metade deles, incluindo a França, defende um acordo. Mas um pequeno grupo duro, formado por Alemanha, Áustria, Finlândia, Holanda, Eslováquia e Estônia, se cansou das promessas gregas e não descarta uma saída da Grécia da união monetária.

Alemanha tem plano "B" de saída temporária da Grécia

Uma fonte europeia revelou hoje que a Alemanha teria um plano "B", caso o governo Tsipras não melhore suas propostas. Seria uma saída temporária da Grécia da zona do euro por um período de cinco anos. Esse documento não foi distribuído aos ministros das Finanças do Eurogrupo. Autoridades gregas disseram que a saída da Grécia do euro não foi citada nas discussões.  

Atenas pediu aos parceiros um resgate financeiro de € 53,5 bilhões em três anos, mas os credores estimam que o país precisa de € 74 a € 82 bilhões para reorganizar sua economia e evitar a falência do sistema bancário.

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, que lidera a linha dura em relação ao governo Tsipras, considera que a credibilidade de Atenas foi irremediavelmente abalada durante as negociações. Apesar da posição favorável dos especialistas da Comissão Europeia, do BCE e do FMI, Schauble disse que as resoluções da Grécia estão longe de ser suficientes para a liberação de um terceiro plano de resgate. Seu colega holandês e presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, duvida da capacidade de Atenas de aplicar as reformas que foram apresentadas por Tsipras e aprovadas pelo Parlamento grego na madrugada deste sábado.

O contraponto veio da França, que inclusive prestou assistência técnica e política na elaboração do projeto grego. O ministro francês das Finanças, Michel Sapin, lembrou que o país "é um elo (entre as partes) e exercerá esse papel até o fim para colaborar para um sucesso que é indispensável para todos os membros". Ele acrescentou que "A discussão é exigente porque a confiança é um elemento determinante do acordo, se queremos um acordo global e durável".

Reabertura dos bancos gregos é incógnita

Em Atenas, os gregos aguardam com expectativa a reabertura dos bancos, que estão fechados há duas semanas. O ministro da Economia anunciou na noite deste sábado, na TV grega, que os bancos poderiam ser reabertos na semana que vem. Porém, o controle de capitais instituído pelo governo, que limita os saques a € 60 por dia, poderá durar vários meses. 

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