Premiê revela projeto para uma Escócia independente

O primeiro-ministro nacionalista escocês, Alex Salmond, revelou nesta terça-feira, em Glasgow, seu plano para tornar a Escócia “mais justa e próspera”, caso os moradores votem “sim” para a independência do país no referendo previsto para setembro de 2014.

O chefe de Governo da Escócia, Alex Salmond, apresentou nesta terça-feira em Glasgow o "livro branco", plano para independência da Escócia. REUTERS/Russell Cheyne

“O futuro da Escócia a partir de agora está nas mãos dos escoceses”, declarou Salmond ao apresentar um documento de 670 páginas durante uma entrevista coletiva que reuniu 200 jornalistas britânicos e estrangeiros.

Segundo ele, o combate político de sua vida pode resultar numa Escócia que terá um sistema próprio de defesa, vai se integrar à União Europeia e à OTAN, mas vai conservar a Rainha Elisabeth como monarca e a libra esterlina como moeda.

Alex Salmond, de 58 anos, terá um trabalho duro nos próximos 10 meses: convencer uma maioria de eleitores ainda céticos sobre as vantagens de sair do Reino Unido. O premiê garante que a Escócia tem potencial para se tornar um grande país com suas “universidades conhecidas no mundo inteiro”, sua formidável “ herança cultural” e seus “imensos recursos naturais”. Ele se comprometeu a construir uma “nação mais democrática, justa e próspera”.

Para os partidários do “não”, o projeto de independência é uma “ilusão”, como declarou um dos adversários da ideia, o ex-ministro britânico das Finanças, Alistair Darling.

Os três grandes partidos britânicos – Trabalhista, Conservador e Liberal-Democrata- que se opõem à independência como defende o Partido Nacional Escocês, de Alex Salmond, trabalham unidos para manter a Grã-Bretanha como ela é: formada pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

O “Livro Branco” apresentado por Alex Salmond e intitulado” O futuro da Escócia:seu guia para uma Escócia independente”, pretende ser o documento mais detalhado já elaborado para defender a independência do país.

Dominado principalmente por questões econômicas, o texto foi concebido para tentar responder a 650 dúvidas expressas por “cidadãos comuns” e expõe de maneira muito detalhada projetos do governo em relação à moeda, taxação de impostos, educação, defesa e até sobre o sistema social.

O primeiro ministro garantiu que se os escoceses disserem “sim” pela independência, ele pretende imediatamente bater nas portas da União Europeia.

Na última sondagem, publicada no domingo pelo jornal Sunday Times, o “sim” apareceu com 38% dos votos, ou seja, 9 pontos abaixo do “não”. O índice de indecisos foi de 15%, o que pode cria um cenário de incertezas sobre o referendo histórico.