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Itália/Crise

Prefeitos italianos protestam nas ruas contra cortes de verbas

Centenas de prefeitos italianos realizaram um protesto nesta segunda-feira em Milão contra os cortes nos gastos públicos anunciados pelo governo de Silvio Berlusconi. Os prefeitos afirmam que, para reduzir seus orçamentos, serão obrigados a aumentar a mensalidade das creches, da cantina escolar e reduzir ainda mais o número de policiais nas ruas.

No dia 26, prefeitos já haviam protestado contra os cortes orçamentários em frente ao parlamento italiano.
No dia 26, prefeitos já haviam protestado contra os cortes orçamentários em frente ao parlamento italiano. REUTERS/Remo Casilli
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Vestidos com a tradicional faixa de prefeitos nas cores da bandeira da Itália, centenas de autoridades municipais se reuniram no final da manhã em frente à sede administrativa da região da Lombardia, antes de sair em passeata rumo à praça La Scala, onde fica a célébre ópera de Milão. Os prefeitos, de todas as tendências políticas, sem distinção, protestaram contra o corte de 45,5 bilhões de euros anunciado pelo governo, que "põe em risco serviços básicos de assistência à população", segundo os eleitos.

Durante a passeata, Franco Roccon, prefeito de Castellavazzo, uma cidade de 1.800 habitantes no nordeste da Itália, disse que o rombo nas despesas do Estado é causado por problemas de má gestão. Do mesmo partido do premiê Silvio Berlusconi, Roccon criticou o elevado número de funcionários públicos no país e assinalou que os repasses do Estado aos municípios não podem ser apontados como vilões da crise.

Enquanto os prefeitos desfilavam em Milão, Berlusconi discutia com seu principal aliado, Umberto Bossi, da Liga Norte, modificações no plano de rigor aprovado às pressas para estancar o ataque especulativo do início do mês contra os títulos da dívida italiana. Para diminuir a tensão com os prefeitos, Berlusconi estuda atenuar a pressão sobre os orçamentos municipais e compensar essas perdas com um aumento do imposto sobre valor agregado (TVA).

Flavio Tosi, prefeito de Verona pelo partido Liga Norte, defendeu um corte nas despesas do Estado central, "o que nunca foi feito até hoje". Segundo Tosi, os municípios estão asfixiados e não têm mais despesas para cortar. Giuliano Pisapia, prefeito de esquerda de Milão, declarou que nenhum prefeito vai consentir que serviços essenciais sejam retirados dos cidadãos. Para denunciar as mordomias no alto escalão do Estado e os carrões utilizados pelas autoridades em Roma, o prefeito de Bergamo (norte) foi à passeata com uma pick-up usada nos serviços de manutenção da cidade, decorada com uma faixa onde se lia "este é nosso carro de função".

O novo plano de austeridade do governo italiano prevê cortes no orçamento de 45,5 bilhões de euros nos próximos dois anos. No início de julho, um outro pacote de 48 bilhões de euros havia sido aprovado para reduzir a dívida pública, que atingiu 120% do PIB italiano.

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