Premiê português pede demissão
O primeiro-ministro José Sócrates entregou o cargo na noite desta quarta-feira após ter seu programa de reformas econômicas rejeitado pelo parlamento português. O corte nos gastos públicos era apresentado pelo chefe do governo como uma solução para a crise vivida pelo país.
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Menos de duas horas após a decisão do parlamento, que rejeitou o plano de austeridade proposto pelo governo, José Sócrates cumpriu sua promessa e apresentou sua demissão. O primeiro-ministro já havia avisado que poderia deixar o cargo se a reforma econômica não fosse aprovada.
Adriana Niemeyer, correspondente da RFI em Lisboa
"Os partidos da oposição rejeitaram todas as medidas propostas pelo governo para evitar que Portugal recorra à ajuda exterior", disse o premiê. "A oposição retirou do governo todas as condições de governar, então eu apresento minha demissão ao presidente da República", declarou. Durante o discurso, o Sócrates alertou a população que a crise política que se instala em Portugal terá "consequências gravíssimas para o país".
Há meses o primeiro-ministro tenta convencer os portugueses a aceitar uma série de cortes drásticos nas contas públicas, como a redução das pensões e aposentadorias, das despesas com saúde e a diminuição do seguro-desemprego. Essa seria, segundo ele, a única saída da crise econômica sem ter que pedir a ajuda internacional.
Depois da Grécia e da Irlanda, Portugal é visto pelos mercados financeiros como o próximo candidato a ser ajudado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional.
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