Berlusconi se recusa a deixar o poder

O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, confirmou que pretende continuar no poder, apesar dos pedidos de demissão lançados pela opinião pública. Milhares de pessoas saíram às ruas neste sábado em protesto contra Il Cavaliere, entre eles personalidades como os escritores Umberto Eco e Roberto Saviano.

Apesar das acusações de envolvimento em casos de prostituição, Berlusconi se diz um exemplo de resistência. ©REUTERS

Apesar dos protestos, Berlusconi não parece disposto a deixar o poder. “Vamos continuar a governar. Eu sou um exemplo de resistência : há 17 anos sou vítima de várias acusações, mas continuo no meu lugar”, disse ele.

A declaração foi uma resposta aos protestos lançados recentemente, após novos escândalos envolvendo o chefe do governo. Mas “esses processos ridículos terão um efeito boomerang”, declarou Berlusconi. O líder italiano foi acusado de envolvimento em um caso de prostituição com menores de idade, um crime do país. O episódio, batizado de Rubygate, teve como pivô uma jovem marroquina chamada Ruby, que teria mantido relações sexuais com Berlusconi em troca de dinheiro.

Manifestações

Na tarde deste sábado uma manifestaçã contra o chefe do governo foi organizadas em Milão, com a presença de intelectuais de esquerda, como os escritores Umberto Eco e Roberto Saviano, além do ex-presidente italiano, Oscar Luigi Scalfaro. Em Florença, na Toscana, outro protesto contra Il Cavaliere reuniu cerca de três mil pessoas.

“Nossa democracia se tornou refém”, declarou Saviano. O autor de Gomorra, um livro sobre a máfia na Itália, disse que é preciso se rebelar contra a imagem de um país corrompido. Já Umberto Eco comparou Berlusconi ao presidente egípcio Hosni Mubarak. Segundo ele, ambos têm o mesmo defeito, “o de não querer renunciar”, ironizou.