Estudantes italianos ocupam monumentos em protesto contra reforma universitária
Estudantes italianos ocuparam vários monumentos históricos, como a Torre de Pisa e o Coliseu, de Roma, em protesto à reforma universitária prevista pelo governo Berlusconi, um dia após manifestações estudantis em Londres.
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Lisa Maria Silva, correspondente da RFI na Itália
Os estudantes universitários italianos protestam contra o drástico corte de verbas e empregos nas universidades públicas previsto no programa de governo. Desta vez, porém, usam os monumentos históricos italianos como símbolo de luta contra a morte da cultura. Estudantes de todo o país fizeram passeatas e acampamentos ao ar livre, exibindo faixas com frases e slogans de contestação. Eles também ocuparam os prédios e os tetos de faculdades, além de estações ferroviárias e de metrô.
Os estudantes desfilaram pelas as ruas e avenidas e ocuparam monumentos nos centros históricos das principais cidades italianas, como a legendária Torre de Pisa e o Coliseu, em Roma. De Milão a Palermo, os estudantes tomaram inúmeros monumentos históricos como ato simbólico de defesa da cultura italiana. Policiais enfrentaram os manifestantes, com episódios de duro confronto que resultaram em presos e feridos.
Milhares de manifestantes se reuniram também diante da sede do parlamento italiano. Eles contestam os cortes econômicos que provocarão a redução do corpo docente e inevitáveis aumentos das taxas universitárias. O governo, que deveria aprovar o projeto de lei ainda esta semana, deixou para discutir os pontos mais críticos do texto parlamentar para o dia 30 de novembro.
A ministra da Educação, Maria Estela Gelmini, disse que poderia retirar o projeto se não recebesse o apoio esperado do governo e da oposição. Os líderes Pierluigi Bersani, do Partido Democrata, e Antonio Di Pietro, do Movimento Italia dos Valores, reforçaram críticas ao projeto e subiram no teto da Faculdade de Arquitetura de Roma, em solidariedade aos estudantes. Novas manifestações estudantis estão previstas em toda a Itália nos próximos dias, enquanto o governo não definir se aprova ou abandona o projeto de lei.
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