Silvio Berlusconi perde o apoio de quatro ministros
A coalizão liderada pelo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, perde quatro ministros e secretários de Estado da base aliada. As demissões agravam a crise política na Itália.
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Como era esperado, quatro ministros e secretários de Estado ligados a Giancarlo Fini, presidente da Câmara italiana e ex-aliado de Berlusconi, pediram demissão. A saída dos quatro membros do partido Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), sigla criada por Fini, não derruba o governo italiano, mas deixa o primeiro-ministro em situação delicada. Deixam o gabinete Andrea Ronchi, ministro para Assuntos Europeus, Adolfo Urso, vice-ministro do Comércio Exterior, e dois secretários de Estado. Outro pequeno partido de apoio à coalizão de direita, o Movimento pela Autonomia (MPA), do presidente da região da Sicília, Raffaele Lombardo, também anunciou a retirada de seu secretário de Estado do governo. Berlusconi é pressionado pela oposição a dar mais espaço aos políticos de centro.
O primeiro-ministro tem algumas opções sobre a mesa. Realizar uma reforma ministerial, convocar eleições legislativas com dois anos de antecedência em relação ao calendário previsto ou pedir ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, que nomeie um governo interino até o final da atual legislatura, em 2013. Nesta terça-feira, o presidente italiano vai se encontrar com os presidentes da Câmara e do Senado para estudar uma solução para a crise.
A situação de Berlusconi ficou fragilizada desde a ruptura, em julho, da aliança que ele tinha com Fini no partido Povo da Liberdade (PDL), fundado pelos dois antigos aliados pouco antes das eleições legislativas de 2008. Além de enfrentar o que chama de "traição" de Fini, por divergências na condução do governo, Berlusconi também é afetado há várias semanas pelo novo escândalo sexual envolvendo uma dançarina de origem marroquina, que afirma ter mantido relações sexuais com o premiê em troca de 7 mil euros, cerca de 16 mil reais, quando ainda era menor de idade.
O presidente da Câmara italiana acusa Berlusconi de dirigir a Itália como um braço de seu império industrial e exige a demissão do primeiro-ministro. Para se manter no cargo, Berlusconi anunciou na noite de sábado que vai submeter seu governo a um voto de confiança nas duas casas do parlamento, logo após a votação do orçamento de 2011, o que está previsto para acontecer na primeira quinzena de dezembro.
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