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Grécia/Economia

Países europeus ainda devem ratificar plano de ajuda à Grécia

Depois da aprovação neste domingo do megapacote de ajuda de 110 bilhões de euros à Grécia, nesta segunda-feira a Alemanha e a França, que arcam com uma boa parte do financiamento, ratificam o apoio. Em Paris, o governo apresenta na Assembleia Nacional a revisão do projeto de lei de finanças que inclui a ajuda de 16,8 bilhões de euros à Grécia. Em Berlim, o conselho de ministros se reúne para dar o aval à liberação de 22 bilhões de euros.

(Da esquerda para direita)O presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, o ministro grego das finanças, Georges Papaconstantinou, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker e o comissário europeu dos Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
(Da esquerda para direita)O presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, o ministro grego das finanças, Georges Papaconstantinou, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker e o comissário europeu dos Assuntos Econômicos, Olli Rehn. Reuters
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Com Letícia Fonseca, correspondente em Bruxelas

O programa de socorro conjunto da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional é o maior da história contemporânea da Europa e vai possibilitar o refinanciamento de quase um terço da dívida grega.

O pacote de ajuda prevê empréstimos de 110 bilhões de euros nos próximos 3 anos, sendo 80 bilhões da União Europeia e o restante do FMI. Porém, a ativação definitiva desse mecanismo de ajuda precisa ser aprovada pelos líderes dos países da zona do euro na semana que vem. Na primeira etapa do pacote, a Grécia deve receber 45 bilhões de euros.

O país tem uma dívida colossal de 300 bilhões de euros e precisa recuperar sua credibilidade internacional com urgência. Nas últimas duas semanas o governo grego negociou o programa de austeridade fiscal com a União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu. A aprovação desse programa dará acesso aos fundos internacionais para socorrer o país.

No domingo, após o anúncio do plano plurianual de consolidação fiscal e reformas estruturais do governo grego, a União Europeia recomendou a ativação do mecanismo de apoio à Grécia. O presidente do executivo europeu, José Manuel Durão Barroso, disse que a iniciativa é decisiva para preservar a estabilidade da zona euro e ressaltou que as medidas gregas são sólidas e têm credibilidade.

O governo grego apresenta nesta segunda-feira ao Parlamento o rígido plano para economizar 30 bilhões de euros em três anos. A votação deve ser feita na quarta-feira. O primeiro ministro socialista Georges Papandreou dispõe de maioria confortável no parlamento.

O plano rigoroso tem como objetivo reduzir em 2014 o déficit público do país para menos de 3% do PIB, como exige o bloco europeu. No ano passado, o déficit das contas gregas atingiu 14% do Produto Interno Bruto.

Em entrevista à agência AFP, uma fonte do governo afirmou que a primeira parcela de ajuda da União Europeia ao país deve chegar a tempo de o governo honrar o reembolso de 9 bilhões de euros em dívidas que vencem no dia 19 de maio.

01:49

Letícia Fonseca , correspondente da RFI em Bruxelas.

Protestos

Consciente das medidas impopulares impostas pelo plano, o governo deverá enfrentar nova onda de protestos e manifestações. A reação da população grega promete ser intensa nas ruas de Atenas e outras grandes cidades.

Os sindicatos já convocaram uma nova greve para essa semana e prometeram intensificar a luta contra o plano de austeridade.

Em linhas gerais, o pacote prevê o aumento de impostos para melhorar a arrecadação, o corte de reajustes e benefícios ao funcionalismo e o aumento da idade média de aposentadoria no país, que passaria de 53 anos para 67 anos. Para os sindicatos, todo esse sacrifício só vai penalizar os mais pobres.
 

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