Armênios celebram 95° aniversário de genocídio

No dia 24 de abril de 1915 teve início uma onda de execuções e deportações de armênios pelas autoridades otomanas. Neste dia, centenas de intelectuais armênios foram presos em Constantinopla, hoje Istambul. Estes massacres são reconhecidos como genocídio por vários países, incluindo a França. Em Erevan, capital armênia, a celebração do 95º aniversário do genocídio vai durar vários dias.

Soldados otomanos diante de armênios enforcados em Alep, em 1915. AFP

A chuva fina que caiu sobre a capital da Armênia neste sábado não impediu que milhares de pessoas depositassem flores em um Memorial construído para homenagear as vítimas do massacre que não é reconhecido pelas autoridades turcas.

Os armênios dizem que cerca de 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas entre 1915 e 1917 durante o período de dissolução do império otomano. A Turquia sustenta que entre 300 e 500 mil armênios, e aproximadamente a mesma quantidade de turcos, morreram em um conflito civil quando os armênios pegaram em armas para defender os invasores russos durante a 1ªGuerra Mundial.

A questão gera tensões nas relações bilaterais há vários anos.

O presidente da Armênia, Serzh Sarkisian, que assistiu a cerimônia neste sábado no Memorial, disse em um comunicado que considera inevitável que toda a comunidade internacional reconheça o massacre como genocídio.

A data foi lembrada pela primeira vez na Turquia onde intelectuais e defensores dos direitos humanos participaram de uma manifestação para lembrar os armênios mortos pelo Império Otomano.

Na França, um protesto reunindo 5 mil pessoas, segundo os organizadores, foi realizado para relançar o movimento pelo reconhecimento do massacre pela Turquia e para que as autoridades francesas aprovem uma lei condenando a negação do genocídio.

O governo francês reconheceu o genocídio através de uma lei promulgada em 2001. O país acolhe a maior comunidade armênia na Europa Ocidental formada por cerca de 500 mil pessoas.