Acessar o conteúdo principal
Economia/Espanha

Dados do governo confirmam gravidade da crise na Espanha

Para 2009, o governo espanhol prevê um déficit público de 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB), muito superior ao limite de 3% imposto pela União Europeia. A taxa de desemprego no país, de quase 20%, é também uma das maiores da Europa.

A taxa de desemprego na Espanha foi de 18,8% em 2009.
A taxa de desemprego na Espanha foi de 18,8% em 2009. Foto: Reuters/Juan Medina
Publicidade

A economia espanhola, uma das mais afetadas na Europa pela crise financeira mundial, contraiu 0,1% nos dois últimos trimestres do ano passado, fechando o ano com uma contração de 3,6%.

Os dados divulgados hoje pelo governo espanhol confirmam a gravidade da crise econômica na Espanha que, ao contrário da maioria dos outros países europeus, não conseguiu sair da recessão.

Na última quarta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poors jogou mais um jato de água fria na economia espanhola, rebaixando o rating, quer dizer a nota de risco de crédito do país, de "estável" para "negativa".

A agência considerou que, em razão de seu "crescente déficit fiscal", é maior o risco de que a Espanha não salde seus compromissos financeiros, quer dizer os títulos da dívida pública de longo prazo emitidos no mercado internacional.

Para 2009, o governo espanhol prevê um déficit público de 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB), muito superior ao limite de 3% imposto pela União Europeia. A taxa de desemprego no país, de quase 20%, é também uma das maiores da Europa.

Para este ano, o governo aposta em um crescimento bastante modesto, de apenas 0,3%. Segundo analistas financeiros, são grandes as chances de que a Espanha permaneça em recessão nos próximos trimestres.

Na análise do professor Alfredo Arahuetes Garcia, da Universidade Pontifícia de Comillas, grande parte da crise econômica na Espanha se deve à bolha especulativa do setor imobiliário. “Normalmente, o setor imobiliário representa 5% ou 6% do PIB de um país. Na Espanha, esse setor ultrapassou os 15% », explica.

O brasilianista espanhol Alfredo Arahuetes Garcia

Adriana Moysés

Jovens

O desemprego entre jovens com nível universitário na Espanha é o maior na Europa, segundo o Eurostat, o Departamento de Estatísticas da União Europeia. Entre abril e junho do ano passado, 11% dos espanhóis com idade de 25 a 34 anos e grau de escolaridade superior, estavam desempregados, contra uma média europeia de 6%.

A Grécia, outro país da zona euro em crise, fica em segundo lugar. Depois vem a Itália. No último trimestre de 2009, a situação se deteriorou e o desemprego entre a população jovem da Espanha chegou a 43%, de longe o índice mais elevado entre os 27 países da União Europeia, de acordo com o Eurostat.

Paula, 26 anos formada em Ciências Sociais trabalha nas ruas de Madrid procurando associados para uma ONG de meio ambiente

Adriana Moysés

Já o Observatório de Empregos para Jovens da Espanha nota que, entre os jovens com menos de 30 anos, os estrangeiros são mais afetados pelo desemprego do que os espanhóis.

(Reportagem realizada por Adriana Moysés)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.