Vítimas da crise, brasileiros pensam em voltar
Muitos brasileiros que vieram para a Espanha nos últimos anos, em busca de uma qualidade de vida melhor, são vítimas da crise gerada com o fim da bolha imobiliária.
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Tatiana Conceição da Silva tem um salão de beleza no centro de Madrid. Ela deixou o Rio de Janeiro há 12 anos, depois que a mãe, Rosangela, imigrou para a Espanha. Outras pessoas da família chegaram depois, como a irmã Lizandra, e hoje todas trabalham no cabeleireiro aberto no bairro do Noviciado.
Desde o início da crise, o salão de beleza das brasileiras perdeu metade do movimento. Tatiana, casada e com um filho, comprou um apartamento em Madrid, que paga com dificuldade. O empréstimo de 210 mil euros, cerca de 546 mil reais, que ela tomou no banco, por 25 anos para adquirir o imóvel, tem juros flutuantes. No auge da crise, os juros explodiram.
A dificuldade faz alguns brasileiros pensarem a recorrer ao programa de retorno voluntário para imigrantes de 20 paises, inclusive o Brasil, em que oferece o pagamento da passagem aérea e parte do saldo do seguro desemprego. Desde a criação do programa, há 14 meses, 10 mil imigrantes, a maioria latino-americanos, voltaram para casa.
O Brasil aparece em quarto lugar na lista de retorno. Mas muitos brasileiros preferem não usar esse programa oficial, porque os beneficiados ficam impedidos de retornar à Espanha por no mínimo três anos.
A Espanha continua a patinar na crise. A economia espanhola prosseguiu em recessão no quarto trimestre de 2009 com uma queda do Produto Interno Bruto de 0,1% na comparação com o trimestre anterior. O INE (Instituto Nacional de Estatísticas) estima em aproximadamente 1,125 milhão o número de empregos perdidos no ano.
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