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Morre Franz Beckenbauer, figura lendária do futebol alemão, aos 78 anos

Figura lendária do futebol mundial durante mais de meio século como jogador, treinador e dirigente, Franz Beckenbauer morreu no domingo (7), aos 78 anos, deixando a Alemanha e a Baviera órfãs do seu "Kaiser" (imperador), como era conhecido. O anúncio de sua morte na noite de segunda-feira (8) provocou uma onda de reações.

O legendário Franz Beckenbauer, visto no Museu Alemão do Futebol em Dortmund, 11 de abril de 2019. Ele morreu, aos 78 anos, em 7 de janeiro de 2024.
O legendário Franz Beckenbauer, visto no Museu Alemão do Futebol em Dortmund, 11 de abril de 2019. Ele morreu, aos 78 anos, em 7 de janeiro de 2024. AFP/Archives
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“Estou imensamente triste”, reagiu Rudi Völler, diretor esportivo da Federação Alemã (DFB).

“Campeão mundial como jogador e treinador: Franz Beckenbauer foi um dos maiores jogadores de futebol alemães e para muitos ‘der Kaiser’, porque também fascinou várias gerações pelo futebol alemão. Sentiremos falta dele”, disse o chanceler Olaf Scholz.

Sua família informou em comunicado que Beckenbauer “adormeceu em paz” cercado por seus entes queridos.

Há anos, o ícone do futebol alemão morava em Salzburgo, uma cidade austríaca vizinha de sua terra natal, a Baviera. Cansado pela doença, ele foi reduzindo gradativamente suas aparições públicas. A morte de seu filho Stephan devido a um tumor cerebral, aos 46 anos, em agosto de 2015, teve um forte impacto sobre ele.

Em seu 75º aniversário, no final do verão de 2020, em plena pandemia de Covid-19, Beckenbauer falou da morte em um  documentário do canal público alemão ARD.

"A questão é: 'Quando chegará aquele momento em que desapareceremos para outra esfera?' Ou em outro lugar e não sabemos exatamente onde. O mundo é grande o suficiente, há esconderijos suficientes onde podemos pousar. Mas esta incerteza Me preocupa”, disse.

No início de janeiro de 2023, o “Kaiser” teve que desistir de ir ao Brasil para o funeral do “Rei” Pelé, com quem disputou uma temporada com a camisa do New York Cosmos. Em agosto do mesmo ano, faltou ao tradicional encontro anual dos campeões mundiais alemães de 1990. Todas as vezes foi por motivos de saúde.

Operado diversas vezes para revascularização miocárdica, ele perdeu a visão do olho direito há alguns meses.

A última vez que ele apareceu na Allianz Arena para assistir a um jogo do “seu” Bayern de Munique foi no final de agosto de 2022, para uma partida do campeonato contra o Borussia Mönchengladbach.

Algumas semanas antes, ele havia feito um desvio ao norte da Baviera, em Herzogenaurach, para apoiar os jogadores alemães na preparação para a Eurocopa de 2022.

Filho do pós-guerra - nasceu em setembro de 1945 - no bairro operário de Giesing, no sul de Munique, Beckenbauer aprendeu a jogar futebol no clube local SC 1906 Munique antes de se transferir para o Bayern.

O clube foi o fio condutor de sua carreira, das mais de cinco décadas no mundo do futebol durante as quais viveu três vidas, a primeira como jogador nas décadas de 1960 e 1970, a segunda como treinador na segunda metade da década de 1980, e a última como dirigente nas décadas de 1990 e 2000, coroado de sucesso, mas concluído por suspeitas de corrupção.

Imagem danificada

Vencedor da Taça Europeia de Clubes Campeões em 1974, 1975 e 1976 pelo Bayern, campeão europeu em 1972 e campeão mundial em 1974 pela seleção alemã,  Bola de Ouro em 1972 e 1976 (uma raridade para um defesa), Beckenbauer venceu todos os troféus possíveis para um jogador.

Mas ele também construiu sua lenda sobre contratempos, como na semifinal da Copa do Mundo de 1970 perdida contra a Itália, que permaneceu como a "partida do século", na qual ele acabou com o braço em uma tipoia após quebrar a clavícula.

Como técnico, ele também viveu a glória de um título de campeão mundial em 1990, e momentos mais difíceis, como sua curta passagem pelo Olympique de Marseille.

Sua carreira como cartola começou de forma muito lógica no Bayern, ocupando um dos três cargos de administração durante quase duas décadas.

O “conto de fadas” do verão de 2006 com a Copa do Mundo, que organizou para a Alemanha, será o seu ponto alto, o grande chefe do evento global, lado a lado com os líderes mundiais.

Mas cerca de dez anos depois, sua imagem foi manchada por um tempo por suspeitas de corrupção para obter a organização, acusações que ele sempre negou.

Colunista durante 34 anos do popular diário Bild até 2016, estrela da tv e de publicidades durante e após a sua carreira, o “Kaiser” Franz fez parte do cotidiano dos alemães durante meio século e deixará um vazio.

(Com AFP)

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