Acessar o conteúdo principal
Esporte em foco

Eventos-teste das Olimpíadas RIO 2016 ficaram “otimizados” com aperto no orçamento

Publicado em:

A menos de 200 dias do início dos Jogos Olímpicos, o Comitê Rio 2016 já realizou 21 dos 44 eventos-teste programados para verificar as instalações e conferir o funcionamento e a organização de diferentes competições envolvendo atletas, voluntários e organizadores das competições e infraestrutura da cidade

Desafio Internacional de Tiro com Arco no Sambódromo do Rio de Janeiro, evento-teste das instalações para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Desafio Internacional de Tiro com Arco no Sambódromo do Rio de Janeiro, evento-teste das instalações para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Fernando Frazão/ Agência Brasil
Publicidade

As dificuldades econômicas do país obrigaram o Comitê Olímpico a anunciar, no ano passado, um corte drástico no orçamento, com repercussão na realização da programação do Aquece Rio, nome dado ao conjunto de eventos-teste para as Olimpíadas e para os Jogos Paralímpicos.

“Temos que repercutir o nível de serviços e no orçamento dos eventos-teste. Mas quando falamos em reduzir, trata-se de otimizar”, explicou Delphine Moulin, coordenadora-geral dos eventos-teste do Comitê Rio 2016. “Temos que reduzir os dias de operação para diminuir os custos e o orçamento, mas mantendo o objetivo principal, que é testar os locais de competição. A prioridade é melhorar para os Jogos. Certamente é difícil, mas também é um exercício bom para reduzir a complexidade dos Jogos. É tentar fazer um bom evento com menos dinheiro”, acrescentou.

Fernando Frazão/ Agência Brasil

Na semana passada, o Comitê já anunciou o adiamento da competição de ciclismo de pista, previsto para os dias 18 a 20 de março, devido a atrasos nas obras do novo velódromo. A competição passou para 29 de abril a 1° de maio. A mudança será feita na atualização do calendário de eventos-teste, a ser divulgada no final do mês, mas não preocupa. “É o único evento que será modificado”, garante Delphine.

Instalações de alto nível

Uma das adaptações impostas pelo orçamento mais restrito é que o Comitê – Rio 2016 discutiu com o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) eventos que pudessem avaliar ao mesmo tempo a infraestrutura das instalações de competições olímpicas e as necessidades das Paralimpíadas.

Durante o Campeonato Mundial de Tiro Esportivo, em abril, serão avaliados ao mesmo tempo o Complexo de Tiro e o sistema de mobilidade para atletas paralímpicos. Em janeiro, lembra Delphine Moulin, durante o Torneio Internacional de Basquete, foi realizada uma partida com atletas da mesma modalidade em cadeira de rodas.

Brasileiras e estrangeiras foram unanimes em afirmar nesta sexta-feira(16), durante o primeiro dia do Torneio Internacional de Basquete, evento-teste para a Olimpíada, que a Arena Carioca 1 está no nível desejado para a disputa da competição em agosto.
Brasileiras e estrangeiras foram unanimes em afirmar nesta sexta-feira(16), durante o primeiro dia do Torneio Internacional de Basquete, evento-teste para a Olimpíada, que a Arena Carioca 1 está no nível desejado para a disputa da competição em agosto. Tânia Rêgo/Agência Brasil

Entre os 10 eventos-teste para os Jogos Paralímpicos, a Copa do Mundo de Halterofimismo terminou no sábado (23) na Arena Carioca 1, com elogios da Federação Internacional. “As instalações estão em ótimas condições, de alto nível. Aqui na competição de halterofilismo, a estrutura funcional, como transporte, antidoping, tecnologia, fluxo para os atletas, para a imprensa, está funcionando muito bem e estamos muito contentes”, disse o mexicano Jorge Moreno, Coordenador de Esportes do Halterofilismo do IPC.

“O que já está pronto está funcionando muito bem. Os locais estão muito acessíveis, com rampas onde é necessário. Os banheiros são amplos e atendem às necessidades dos atletas. Claro que há muitas coisas ainda por fazer, muito trabalho, mas avançou muito em relação a um ano e meio atrás”, garantiu.

“Cultura esportiva brasileira limitada”

Dividido em “três ondas”, o Aquece Rio está na metade da segunda onda. A primeira, realizada entre julho e outubro de 2015, deixou lições e foi considerada a mais problemática por ter envolvido esportes ao ar livre, que permitiram verificar a interação dos eventos com a cidade.

Desta fase, ficaram marcadas as reclamações dos participantes do Desafio Internacional de BMX. A pista de ciclismo foi muito criticada pelos participantes da prova e o Comitê deverá mudar. “Para nós, a ‘primeira onda’ foi a mais complicada, mas foi um sucesso porque tivemos um bom resultado dos testes, das instalações, do tráfego, e de várias outras coisas”, avalia Delphine. “Para atrair o público carioca, foi uma onda bem sucedida”, completa.

A francesa Delphine garante ainda que os eventos-teste têm sido a oportunidade para o público brasileiro, e os cariocas em particular, conhecer novas modalidades. “A cultura brasileira do esporte é limitada para algumas modalidades. Os eventos-teste são a oportunidade para apresentar outros esportes para o público e para os cariocas”, garante. A referência é para esportes como hóquei na grama e badminton.

Delphine lembra que, para algumas competições, há vendas de ingressos e até distribuição para escolas e a comunidade, mas não para todos os eventos. “Não temos oportunidade de distribuir ingressos, então voltamos para o objetivo principal, que é o de testar as instalações”, afirma.

Atletas disputam o Desafio Internacional de Canoagem Velocidade, décimo evento-teste para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Atletas disputam o Desafio Internacional de Canoagem Velocidade, décimo evento-teste para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Fernando Frazão/ Agência Brasil

A coordenadora-geral dos eventos-teste do Comitê Rio 2016 também relativiza as críticas que surgiram depois das competições na Baía de Guanabara e na Lagoa Rodrigo de Freitas, devido aos altos índices de poluição.

“Sabemos dos problemas e não vamos negá-los. Mas, em termos de evento-teste, o retorno dos atletas é de que a área de competição é muito boa, velejar dentro da cidade é muito interessante. Não tivemos comentários negativos dos atletas durante as duas competições feitas em 2014 e 2015”, defendeu. “São problemas que teremos que trabalhar, mas nada que que vá parar a organização dos Jogos”, completou.

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.