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Renault

Renault aprova salário milionário do franco-líbano-brasileiro Carlos Ghosn

Os acionistas da Renault validaram nesta quinta-feira (15) o salário de seu dirigente, o franco-líbano-brasileiro Carlos Ghosn. O executivo, que recebeu mais de € 7 milhões da montadora francesa em 2016, havia sido acusado esta semana de envolvimento em um sistema de bônus ocultos. O ex-presidente da empresa, cujo primeiro mercado é a França, seguido do Brasil, desmentiu as acusações.

A remuneração milionária do franco-brasileiro-libanês Carlos Ghosn é motivo de nova polêmica.
A remuneração milionária do franco-brasileiro-libanês Carlos Ghosn é motivo de nova polêmica. REUTERS/Ruben Sprich - RTSWECF/File Photo
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Reunidos em assembleia geral em Paris, os acionistas aprovaram todas as resoluções previstas para o dia, entre elas a remuneração de Ghosn. O salário do executivo foi validado com 53,05% dos votos.

Considerado muito elevado, o pagamento do executivo é fonte de polêmica há anos. Desde 2014 o tema é submetido ao voto dos acionistas da Renault – entre eles o próprio Estado francês, que controla 19,74% da empresa. No ano passado, apesar dos acionistas terem votado em sua maioria contra a remuneração, o conselho de administração da montadora preferiu manter o salário, o que irritou o então ministro da Economia, Emmanuel Macron. A controvérsia foi, inclusive, um dos motores para que governo reforçasse os dispositivos de controle das remunerações dos patrões nas empresas.

Mas esse ano o braço de ferro se intensificou com a denúncia, feita esta semana, de que o executivo poderia beneficiar no futuro de um sistema de pagamento de bônus passando por uma empresa baseada na Holanda. O dispositivo isentaria o grupo da obrigação de informar os detalhes sobre as transações de pagamento (como é o caso de todas as empresas cotadas na Bolsa)

Questionado sobre a polêmica, Ghosn desmentiu com veemência as acusações. Segundo ele, “nada é verdadeiro” nessa denúncia, e o tal sistema de pagamento passando pela Holanda teria sido apenas uma proposta apresentada por um consultor, “mas isso não quer dizer que vamos colocá-la em prática”, afirmou. 

Dos cerca de € 7 milhões embolsados pelo executivo no ano passado, € 1,23 milhões são de salário fixo. O valor restante corresponde a bônus e ações, atribuídos em função de sua performance. Além disso, ele recebeu outros € 7 milhões como remuneração do lado da Nissan, onde preside o conselho de administração.

Empresa vai se tornar líder mundial

Durante a assembleia geral, Ghosn afirmou que o grupo Renault-Nissan vai alcançar nos próximos meses a posição de líder mundial do setor automobilístico em número de carros vendidos. “Isso nunca foi um objetivo, mas é uma grande satisfação”, declarou o franco-líbano-brasileiro. Com a compra da Mitsubishi, a gigante do setor vendeu cerca de 10 milhões de unidades em 2016.

Carlos Ghosn dirigiu a Renault entre 2005 e março deste ano. Desde então, ele passou a presidir o conselho de administração da Nissan e dirige a Mitsubishi. Nascido em Porto Velho, ele passou parte de sua vida entre o Líbano e a França.

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