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Radar econômico

Equipe econômica fará “estreia” internacional no Fórum de Davos

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O Fórum Econômico Mundial começa em Davos nesta quarta-feira com uma pauta carregada para os governantes e empresários, que debatem os rumos da economia. Conflitos internacionais, ameaça terrorista, queda do preço do petróleo e divergências no ritmo da recuperação da crise estarão no foco das atenções, em um evento que também marcará a primeira participação internacional da nova equipe econômica do governo brasileiro.

O Fórum Econômico Mundial de Davos acontecerá entre os dias 21 e 24 de janeiro, na Suíça.
O Fórum Econômico Mundial de Davos acontecerá entre os dias 21 e 24 de janeiro, na Suíça. http://www.weforum.org/news/all/all
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A presidente Dilma Rousseff cancelou a presença no fórum para poder participar da posse do presidente da Bolívia, Evo Morales, no dia 22. A decisão indica que o segundo governo da presidente não deve trazer mudanças na política externa do Brasil, marcada pelo distanciamento das grandes potências durante o primeiro mandato de Dilma, na avaliação de Marcos Troyjo, diretor do BRIC-Lab da Universidade de Columbia.

“Com a sua ausência, a presidente aponta as muitas contradições que têm marcado o começo do seu segundo mandato. Se, por um lado, ela acenou para o mercado uma mudança de 180° na sua gestão macroeconômica, por outro, em termos de política externa, ela acaba mostrando que vai privilegiar o que podemos chamar do eixo mais à esquerda da América Latina, em vez de dar mais atenção àquilo que o Brasil tanto precisa: abertura o comércio internacional, mais mercados e investimentos diretos no país”, lamenta o economista, que também é professor do Ibmec.

Estreia

O Fórum de Davos será a estreia da nova equipe econômica no cenário internacional. A comitiva brasileira terá cerca de 40 pessoas, um número em ascensão, apesar da ausência da presidente. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse querer levar à Suíça uma mensagem de “mudanças na política econômica” do Brasil, que “passa por um processo de transformação”.

“É um homem de experiência multilateral, que conhece muito bem os mercados externos e vai poder passar uma mensagem de reajuste da estratégia econômica brasileira e vai ser importante para esse momento do Brasil”, destaca. “Ainda assim, jamais um país se desenvolveu apenas com conta da política macroeconômica: é preciso uma política industrial, de comércio exterior, e quanto a esse ponto ainda não vimos nenhuma grande diferença até agora. Eu tenho certeza de que isso vai estar na tela de radar daqueles que forem a Davos ver o ministro da Fazenda falar.”

A economista Lia Valls Pereira, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, avalia que Levy tem ressaltado a importância de o Brasil ampliar o seu peso no mercado internacional, embora a margem de manobra para implementar mudanças ainda seja desconhecida. “Ele mostra que para você realmente ter uma agenda de retomada do crescimento econômico, você precisa de muitas outras medidas além dos ajustes fiscais, como uma agenda de comércio exterior ou o Brasil entrar na OCDE. Ele tem claramente planos mais amplos”, afirma.

Desigualdades e pobreza

O fórum também será uma ocasião para tratar sobre temas caros aos países emergentes, como o combate às desigualdades. A organização Oxfam, que copreside o evento, alerta que 1% da população poderá concentrar mais da metade das riquezas mundiais em 2016.

A série de reuniões não tem poder decisão na adoção de políticas, mas pode demarcar a relevância de determinados temas para a economia mundial. “Todas essas reuniões são importantes para isso. O mundo está muito interligado e os desafios também. Você estar dentro destes fóruns é uma maneira de estar atuando, vendo o que é ou não possível fazer conjuntamente”, ressalta Pereira. “Mesmo que não saia uma medida concreta, o diálogo entre os países e governos pode ajudar a avançar nas agendas dos problemas mais comuns, entre eles a pobreza.”

Até o momento, 40 chefes de Estado e de governo confirmaram presença no Fórum de Davos, como o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel. Além deles, cerca de 1.500 grandes empresários de todo o mundo participarão das reuniões.
 

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