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Radar econômico

Fabricante francesa de e-readers vê potencial no Brasil

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A livraria Saraiva começou a vender e-readers exclusivos da loja produzidos pela francesa Bookeen, uma das líderes do setor na Europa. O contrato marca o primeiro passo sólido da fabricante nos mercados emergentes, onde o uso de leitores digitais ainda patina, em comparação com os países desenvolvidos.  

Lev, o leitor digital da Saraiva.
Lev, o leitor digital da Saraiva. Divulgação/ Saraiva
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O melhor desempenho no setor ocorre nos Estados Unidos, onde a estimativa é de que 25% dos leitores já tenham migrado para plataformas digitais. No Reino Unido, esse índice é de 15%. Mas segundo Michael Dahan, um dos fundadores da Bookeen, na maioria dos países desenvolvidos a migração do papel para as telas ainda está em curso – na França, apenas 3% dos leitores preferem os livros digitais. Neste contexto, os mercados emergentes têm um longo caminho a percorrer e o brasileiro, na opinião de Dahran, tem “um alto potencial”.

“O mercado brasileiro é mais modesto do que o francês em termos gerais e numéricos - corresponde a um quarto da venda total de livros na França. Mas para a gente, o que é importante é ter uma boa dinâmica. Temos mercados mais modestos porém mais dinâmicos, o que acaba compensando”, explica. “Na França, as vendas de livros são bem maiores, mas há uma inércia forte na migração para o digital. É um mercado que cresce lentamente aqui, onde a resistência aos livros digitais é maior do que em qualquer outro país europeu.”

Baseada em Paris, mas com produção na China, a Bookeen foi uma start up aberta em 2003, pioneira na fabricação de leitores digitais na Europa. Hoje, a empresa tem contratos em quase 50 países.

No Brasil, o fabricante desenvolveu dois tipos de e-readers, específicos para a leitura e coordenados com o software da Saraiva para a compra e o uso dos livros. Para o desenvolvimento do setor, Michael Dahan destaca a importância de uma livraria consolidada tomar a iniciativa de se aventurar na área digital.

“É preciso haver uma infraestrutura de base, mas principalmente atores dispostos a encarar a ambição do digital. Nas nossas buscas por parceiros, precisamos encontrar empresas assim nos países”, afirma. “O nosso maior desafio é identificar uma tipologia de parceiro e não um país propriamente dito.”

Concorrência com gigantes

O setor tem gigantes americanos consagrados, como o Kindle, além dos tablets, que também podem ser usados para a leitura de livros. Mas o cenário não assustou a Saraiva, que através dos produtos pretende incentivar a venda de e-books, como explica Deric Guilhen, diretor de produtos digitais da livraria.

“A gente acredita que esses produtos são complementares, inclusive muitas pesquisas no mercado americano dizem que muitos proprietários de e-reader também têm um tablet”, sublinha. “O que queremos é atender ao leitor e oferecer uma experiência de leitura muito mais focada, concentrada. Quando as pessoas leem em tablets, elas estão envolvidas com emails, atualizações, jogos. A nossa ideia é resgatar o hábito de leitura do nosso consumidor.”

Guilhen afirma que a Saraiva não divulga números, mas garante que as vendas de e-books crescem a cada ano. Um exemplo foi o best seller 50 Tons de Cinza, lançado simultaneamente em papel e no formato digital. Segundo ele, o e-book respondeu por um terço das vendas.

Parceria

Para atender a essa demanda, a empresa procurou uma fabricante que não quisesse fazer parte do comércio de livros, mas apenas desenvolver o produto e manter constante atualização, a um preço competitivo. A Bookeen foi a que melhor atendeu às exigências.

“O nível de conhecimento técnico deles é impressionante. E na questão da integração com o nosso software, eles foram ‘outstanding’, muito bons”, disse.

Os números mais atuais do Sindicato Nacional dos Editores de Livros mostram que o faturamento de livros digitais em 2013 aumentou 225%, porém ainda permanece bastante inferior ao dos livros em papel, com uma parcela de apenas 0,25% do mercado.

 

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