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Suécia/ Nobel

Estudos sobre mercados dá Nobel de Economia a 3 americanos

O Prêmio Nobel de Economia foi concedido nesta segunda-feira, 14 de outubro, aos americanos Lars Peter Hansen, Eugene Fama e Robert Shiller, pelos trabalhos pioneiros em identificar as tendências nos mercados financeiros. "Os três pesquisadores estabeleceram as bases para a compreensão atual dos preços dos ativos", destacou a Real Academia de Ciências de Suécia.

O Prêmio Nobel de Economia foi concedido nesta segunda-feira aos americanos Lars Peter Hansen, Eugene Fama e Robert Shiller.
O Prêmio Nobel de Economia foi concedido nesta segunda-feira aos americanos Lars Peter Hansen, Eugene Fama e Robert Shiller. REUTERS/Claudio Bresciani/TT News Agency
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Os trabalhos combinam o estudo "dos fatores de risco e do risco das atitudes" com "as tendências comportamentais e os atritos do mercado", expôs o júri, ao conceder a homenagem no valor de 8 milhões de coroas suecas (2,73 milhões de reais).


Embora seja impossível prever os preços das ações e das obrigações, graças aos trabalhos de Fama, Hansen e Shiller "é possível prever a evolução geral destes preços em longos períodos, como os próximos três ou cinco anos", destacou a academia em seu comunicado. "Seus métodos viraram instrumentos parâmetros da pesquisa universitária e seus avanços servem de guia tanto para o desenvolvimento teórico como para a prática profissional dos investidores", completa a nota.

Universidades diferentes

Os três vencedores eram apontados há muitos anos como favoritos, mas poucos imaginavam que eles receberiam o prêmio ao mesmo tempo. Fama, 74 anos, e Hansen, 61, são professores da Universidade de Chicago, templo da escola neoclássica que postula a racionalidade dos agentes econômicos. Fama é considerado por muitos como o "pai da finança moderna", por ter divulgado a hipótese da eficácia dos mercados. Hansen, menos conhecido, "desenvolveu um método estatístico particularmente bem adaptado para verificar as teorias racionais da fixação de preços dos ativos".

Já Schiller, 67 anos, foi um dos pioneiros da teoria que alega que fatores psicológicos e irracionais influenciam a tomada de decisões econômicas. Nega, portanto, a racionalidade sistemática dos comportamentos individuais nos mercados. Professor da Universidade de Yale e autor de "A exuberância irracional" (2000), um best-seller, ele demonstrou que "as cotações das ações flutuam muito mais que os dividentos das empresas".

O pesquisador ainda criou um índice mensal (índice Case-Schiller) sobre os preços do setor imobiliário nos Estados Unidos, publicado pela agência de classificação financeira Standard and Poor's, para a qual trabalha. Os dados compilados nesta tabela respaldaram sua tese de que o setor financeiro americano havia alimentado a bolha especulativa, sendo arrastado para uma catástrofe como a que finalmente aconteceu em 2007-2008 com a "crise das subprimes".

A explosão da bolha imobiliária e a crise financeira mundial consequente deixaram em evidência "os erros e as imperfeições de nosso sistema financeiro, sobre os quais já estamos trabalhando para corrigir", afirmou Schiller, ao ser contatado por telefone pelo júri. "Vamos precisar de muitas décadas, mas passamos por muitas crises na história e em geral sempre nos ensinaram algo", completou.

O prêmio de Economia é o único Nobel que não foi incluído inicialmente no testamento do criador destas premiações, o cientista e filantropo sueco Alfred Nobel, descobridor da dinamite. O Banco Central sueco o criou em 1968 para celebrar seu tricentenário e ele foi concedido pela primeira vez em 1969. Os demais prêmios são entregues desde 1901.

Os americanos dominam a lista de premiados nesta categoria, já que 17 dos 20 vencedores dos últimos 10 anos vêm dos Estados Unidos. No ano passado, os pesquisadores Alvin Roth e Lloyd Shapley foram os vencedores por seu trabalho sobre o funcionamento dos mercados e sobre como equilibrar melhor a oferta e a demanda.
 

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