Emergentes perdem com inversão do fluxo de capitais
Os investidores estão se retirando dos mercados emergentes considerados de maior risco, incluindo o Brasil, devido a mudanças na política monetária do banco central americano (FED), que deve reduzir os incentivos adotados nos últimos meses para estimular a economia nos Estados Unidos. Essa inversão do fluxo de capitais gera incertezas para as economias emergentes.
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As bolsas de valores dos emergentes perderam mais de 5% em um mês, nota o diretor de investimentos do HSBC Global Management na França, Olivier Gayno. Nesta quinta-feira, as bolsas asiáticas despencaram, acompanhando a queda de mais de 6% em Tóquio.
Os investidores sabem que tanto o FED quanto o Banco Central do Japão devem diminuir o ritmo de compra de títulos públicos, interrompendo o processo de inundar os mercados com liquidez. Os milhares de dólares despejados pelo FED nos últimos meses provocaram o que a presidente Dilma Rousseff chamou de "tsunami" nos emergentes. O real encareceu, prejudicando as exportações brasileiras.
De maneira geral, todos os ativos dos emergentes são impactados. Brasil, África do Sul e Turquia tiveram de aumentar recentemente as taxas de juros e já estão pagando mais caro para financiar suas dívidas públicas.
O Fundo Monetário Internacional chegou a alertar sobre o risco de uma bolha especulativa, com superaquecimento das economias emergentes. Mas agora que a economia americana dá sinais de melhora, e o Japão também deu uma guinada, os investidores voltam a procurar abrigo em lugar seguro. E o governo brasileiro multiplica as medidas para manter o investimento estrangeiro no país.
Segundo analistas, a médio prazo a tendência é que os movimentos de capital provoquem impacto negativo na atividade econômica de alguns países.
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