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Radar econômico

Aumento do IOF não freia gastos de brasileiros em Paris

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A decisão do governo brasileiro de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das compras no exterior com cartão de crédito não deve frear o consumo dos brasileiros em Paris. Segundo a maioria dos turistas brasileiros que circulava nesta segunda-feira pela célebre Galeria Lafayette, na capital francesa, o aumento não vai dissuadí-los de ir às compras.

Galerias Lafayette em Paris
Galerias Lafayette em Paris wikimedia.org
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"Acho que quem está disposto a sair (do Brasil) é porque tem dinheiro para gastar. Como no Brasil não tem essa variedade de oportunidades de compras, o aumento não vai ser um impedimento", considera Cláudio Dias, comerciante de Paraguaçu, no sul de Minas. Ele e a família têm um orçamento de 7 mil reais por pessoa para compras nos 12 dias que estarão no exterior.

O mineiro agrônomo e agricultor Antônio Carlos, de Alfenas, também está viajando por Paris acompanhado da mulher. Segundo ele, o aumento do IOF é “mais uma idiotice do governo pra tentar tapar o sol com a peneira”. O agronômo defende que o governo brasileiro deve melhorar a qualidade do turismo interno para que "o turista brasileiro fique no Brasil”.

O IOF das compras no exterior com cartão de crédito vai mais do que dobrar, passando de 2,38% para 6,38%. A medida foi adotada para conter o crédito, segurar o consumo dos brasileiros e evitar a inadimplência. Também vai contribuir para aumentar a arrecadação e compensar parte da perda do governo com a correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física a partir de abril.

Se os gastos com cartão de crédito no exterior em 2011 forem o equivalente aos do ano passado, o governo conseguirá reforçar a arrecadação em US$ 406,8 milhões, o equivalente a R$ 675,3 milhões, considerando um câmbio a R$ 1,66 por dólar.

O gasto dos brasileiros com viagens ao exterior batou recorde no primeiro bimestre deste ano atingindo US$ 3,07 bilhões, volume 38,3% superior ao de igual período do ano passado. Já as receitas de estrangeiros que visitam o Brasil cresceram em ritmo mais lento no período, 8,5%.

Os crescentes rombos em viagens têm ajudado a impulsionar o déficit na conta de transações correntes do País , que registra as operações de comércio exterior e de serviços do Brasil com o exterior. Em fevereiro, a conta corrente apresentou saldo negativo recorde para o mês de US$ 3,39 bilhões. No bimestre, o déficit no principal indicador das contas externas brasileiras foi de US$ 8,8 bilhões, também recorde para o período.
 

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