Caos aéreo deve aumentar preços de vários produtos

O bloqueio do espaço aéreo europeu não interfere só na vida de turistas. O impacto também é forte no comércio internacional. Segundo a OMC - Organização Mundial do Comércio -, 40% do transporte de carga é feito por meio de aviões, sendo uma parte considerável destinada ao mercado europeu.

Importadores europeus de frutas e legumes avaliam que a dificuldade de trazer os produtos vai produzir impacto nos preços.

de Ana Rita Cunha, colaboração para a RFI

A empresa francesa Devrin é um exemplo do problema. Ela importa 60% de seus produtos por via aérea e atualmente está com as atividades paradas.
“Nós importamos frutas exóticas. Desde sexta-feira passada todos os produtos que importamos do Brasil, da América do Sul, da América Central e da Ásia estão bloqueados nos países de origem e é impossível fazer qualquer coisa hoje”, explica o presidente da importadora, Jean-Luc Devrin.

Na França, a secretaria de Comércio Exterior ainda calcula os prejuízos econômicos. No entanto, uma comissão está estudando alternativas para minimizar os efeitos da paralisação dos aeroportos nas importações. Para o presidente da Devrin, Jean-Luc Devrin, o efeito pode ser repassado ao consumidor.

“Sim, os produtos são muito frágeis e o mercado pede produtos frescos. Os consumidores e os revendedores são exigentes. Transportar esses produtos por barco é impossível", diz ele. A situação pode ter repercussão em breve nos preços de alguns produtos. "Pode haver aumento de custos porque os custos de transporte são muito importantes no preço de revenda. Sim, é possível que a gente tenha alta de preço”, completa.

O bloqueio de aeroportos afeta principalmente as empresas que vendem produtos perecíveis. No leste da África, as fazendas exportadores de flores estimam uma perda de US$ 9 milhões ao dia, além de cortes de empregos temporários ligados ao setor.