Quando a gente vê uma obra arquitetônica do norte-americano Frank Gehry não pode deixar de pensar, imediatamente, em uma escultura . Suas formas emblemáticas sobrepostas como papéis dobrados ultrapassam as possibilidades da matéria concreta, brincando com espessura e transparência. Elas se apossam do espaço e em toda sua majestuosidade, acabam sugerindo uma sensação única de liberdade.

Gehry, que representa um dos maiores talentos da arquitetura contemporânea, ganha pela primeira vez na Europa uma retrospectiva inédita do seu trabalho, no Centro Georges Pompidou de Paris.

Será a chance de admirarmos 220 desenhos e 80 maquetes acompanhadas de documentos explicativos. Um mergulho profundo na linguagem de Gehry, que destaca as diversas etapas de sua carreira dos anos 60 até hoje. E foi justamente nos anos 60, em Los Angeles, que ele começou a se relacionar com artistas plásticos como Ed Ruscha, Richard Serra, Claes Oldenburg, Larry Bell e Ron Davis; mas o contato com as obras de Robert Rauschenberg e Jasper Johns foi decisivo na sua percepção da prática da arquitetura.

Famoso por seus edifícios e museus monumentais, entre eles, o Guggenheim de Bilbao, de 1997, o Vitra Design Museum na Alemanha, de 1989, e a Beekman Tower de Nova York, de 2011, Frank Gehry revolucionou a estética da arquitetura, seu papel sócio-cultural e a relação da construção com a cidade em que se encontra.

A mostra abriu em 8 de outubro e pode ser vista até 26 de janeiro de 2015.
 

Back to Bach!

Vamos falar de um namoro insólito com final feliz: o da dança contemporânea com o compositor Johann Sebastian Bach, um dos maiores músicos de todos os tempos .Até hoje, Bach inspira artistas de múltiplos universos e a prova é a última proposta do Dutch National Ballet, chamada "Back To Bach", um verdadeiro tributo ao mestre.

Quatro coreógrafos residentes do teatro, Hans van Manen, Krzysztof Pastor, David Dawson e Ernst Meisner, se inspiraram na obra do compositor alemão para criar espetáculos diferentes que traduzem, cada um à sua maneira, a música de Bach em movimento.

Ernst Meisner, que colabora pela primeira vez com o prestigioso teatro, conta que decidiu usar 12 bailarinos - seis homens e seis mulheres - para dançarem o Concerto de Bach para violino e oboé para conceber um balé em quatro partes, com 20 minutos de duração. "Antes de vir para o estúdio ensaiar, eu ouço a música mil vezes, então, eu sei exatamente quem entra no palco e quando, e quantos bailarinos ficarão em cena e por quanto tempo", diz o coreógrafo.

"Back to Bach" promete encantar os amantes da dança de 11 a 19 de outubro no Dutch National Ballet, em Berlim.

Filme da semana 

O lançamento da semana aqui na França é o filme "Mommy", do jovem diretor canadense Xaveir Dolan, que com apenas 26 anos,causou o efeito de um tsunami no último Festival de Cannes, recebendo uma ovação unânime dos jurados e de toda a plateia . Ele dividiu o Prêmio do Júri com o mítico cineasta francês Jean-Luc Godard, que aos 84 anos competiu com seu "Adieu au Language" (Adeus à Linguagem, em versão livre).

O filme "Mommy" conta a história de Steve, um adolescente hiperativo que exaspera a mãe viúva. A entrada em cena de uma vizinha ~do bem vai mudar a vida dos dois e apoiar a reconstrução da relação entre mãe e filho.

"Mommy" ainda não lançado no Brasil mas já foi projetado no mês de setembro no Festival de Cinema do Rio de Janeiro.

Literatura em Frankfurt

De 8 a 12 de outubro, a cidade alemã de Frankfurt acolhe o maior encontro mundial da edição, a Feira do Livro de Frankfurt. Tradicional encontro da fina flor da pena literária, a Feira recebe mais de 7.000 expositores todos os anos e quase 300.000 visitantes. O Brasil já foi homenageado duas vezes como país convidado, em 1994 e em 2013. Neste ano, teremos quatro escritores presentes, a poetisa Ana Martins Marques, Edney Silvestre, Bernardo Kucinski e Eduardo Sphor.

Curta a jovem néo-zelandesa Lorde cantando "Royals"...