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Síria / Guerra

Síria: Liga Árabe pede mais recursos para missão de observadores

Reunidos no Cairo, no Egito, neste domingo, os integrantes da Liga Árabe pediram o fim imediato do uso da violência pelas forças sírias e outros grupos armados. Os observadores que chegaram em dezembro ao país apresentaram o primeiro relatório sobre a aplicação do plano de paz proposto ao regime de Bachar al-Assad. O documento descarta a participação das Nações Unidas na missão, mas propõe um aumento do número de monitores.

Os observadores da Liga Árabe entregaram um relatório parcial nesta domingo.
Os observadores da Liga Árabe entregaram um relatório parcial nesta domingo.
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De acordo com um comunicado divulgado neste domingo depois da reunião, apesar das críticas da comunidade internacional, a Liga Árabe pede um reforço da missão de observação na Síria, que já conta com 163 monitores. O objetivo seria aumentar para 300 o número de observadores na região. O Comitê Ministerial da Liga decidiu "dar aos observadores o tempo necessário para dar continuidade à missão", depois de examinar o relatório apresentado neste domingo pelo chefe do grupo, o general sudanês Mohammed Ahmed Moustapha al-Dabi.

A indicação do general gerou desconfiança entre a oposição e a comunidade internacional, já que Al Dabi é ex-conselheiro do presidente do Sudão, Omar el-Béchir, alvo de um mandado de busca da Corte Penal Internacional pelo genocídio no Darfour e crimes contra a humanidade. A imparcialidade do grupo vem sendo questionada. Alguns países, como França e Estados Unidos, consideram que as primeiras conclusões divulgadas na imprensa, mostrando avanços no diálogo com as autoridades sírias, foram precipitadas.

A Liga também pede ao regime sírio que respeite suas promessas, "mesmo que tenha feito progressos parciais." O primeiro-ministro do Qatar, Cheikh Hamad ben Jassem Al-Thani, que presidiu o encontro, declarou à imprensa que o relatório mostra que as mortes diminuíram, mas a Liga espera que o governo sírio "tome medidas decisivas" para acabar com a violenta repressão. A Liga também pede mais meios financeiros e logísticos para dar continuidade à missão.

A Liga Árabe também vai continuar a consultar a ONU para melhorar a capacidade técnica dos membros da missão, mas a colaboração não vai incluir o envio de observadores das Nações Unidas. Os monitores árabes também criticaram o regime sírio pela não-aplicação total do plano de paz, que prevê o fim da repressão, a abertura de um diálogo com a oposição e a libertação de prisioneiros politicos.

O documento ainda pede que a oposição síria coopere com os observadores no país. Os representante da Liga foram recebidos sob protestos em algumas regiões, mas conseguiram visitar, por exemplo, o bairro sunita de Baba Amro, em Homs, um dos redutos do movimento do contestação. Um relatório final deverá ser apresentado no dia 19 de janeiro. Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas ja morreram na Síria, vítimas da repressão, desde o início do movimento de contestação, em março de 2011.
 

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