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Justiça Eleitoral está mais forte para evitar doações ilegais, diz cientista político

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As próximas eleições municipais no Brasil serão as primeiras em mais de 20 anos em que o financiamento de campanha por pessoas jurídicas está proibido. Para o cientista político da Universidade de São Paulo (USP) Bruno Wilhelm Speck, a nova regra não deve fazer o país voltar ao cenário pré-1993, quando as doações empresariais eram proibidas, mas feitas ilegalmente e em larga escala.

Bruno Wilhelm Speck, cientista político.
Bruno Wilhelm Speck, cientista político. Arquivo Pessoal
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“O financiamento por empresas já era uma realidade nas eleições de 1982 e 1986, mas na ilegalidade. Foi um período em que o financiamento empresarial era pesado, bem mais forte do que em qualquer país da Europa”, afirma Speck, alemão radicado no Brasil há duas décadas.

Para o cientista político, é pouco provável um retorno às práticas verificadas logo após a redemocratização. “Acho difícil voltarmos a um regime que alguns chamavam de hipócrita”, diz Speck. “Isso não vai acontecer de novo porque a Justiça Eleitoral agora é mais rigorosa e a opinião pública e os competidores mudaram de opinião. O financiamento empresarial tem a pecha da corrupção. Isso mudou o quadro”, acredita.

Alemanha

O volume de financiamento de pessoas jurídicas visto nas eleições mais recentes no Brasil indicariam um anomalia no sistema político. O professor compara os dados com os da Europa: “Na última eleição no Brasil, uma única empresa doou para todas as campanhas R$ 300 milhões. Na Alemanha, causou um certo ruído a doação de uma família da indústria automobilística no valor de apenas R$ 600 mil”.

Segundo o cientista político da USP, 50% das democracias utilizam o modelo adotado a partir de agora pelo Brasil, de proibição das doações por pessoas jurídicas. Para ele, as eleições de outubro serão importantes para avaliar que resultados essa nova legislação trará para o sistema político brasileiro.
 

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