Para Claudine Bichara, economias do Brasil e França sempre se equilibraram

Claudine Bichara é a primeira mulher a presidir a Câmara de Comércio França-Brasil, sediada no Rio de Janeiro; além disso, é vice-presidente da Câmara de Comércio Marrocos-Brasil e membro da Academia Nacional de Agricultura. Filha de pais libaneses, nascida no Brasil, estudou em escolas e universidades francesas.Ao assumir o posto prestigioso, ela não encontrou entraves por ser mulher, mas sim por dirigir uma pequena empresa em uma Câmara que reúne grandes grupos empresariais.Sobre o comércio bilateral, Claudine explica que o Brasil sempre foi um destino dos franceses, com uma ligação histórica. "Fizemos um estudo do impacto da presença francesa na economia brasileira e ela é muito significativa desde os primórdios da economia do Brasil. O interessante nesse estudo é que vemos que as duas economias não são apenas complementares, mas tiveram momentos em que uma equilibrava os desafios da outra, no tempo. Quando uma ia bem, a outra não ia tão bem, e vice-versa", diz Claudine.Sobre a burocracia brasileira, conhecida por espantar o empresariado estrangeiro, a empresária diz que este é um desafio que tem que ser resolvido. "É muito dificil explicar para o francês que o brasileiro, tão afável, tão fácil no trato a nível pessoal, pode ser tão complicado no mundo dos negócios, principalmente para as pequenas e médias empresas", ela observa.Sobre a crise econômica no Brasil, Claudine acha que o futuro a longo prazo não tem erro: "O Brasil é um país cheio de perspectivas, de riquezas.... Agora, esse futuro está longíquo, cada vez que a gente arranca a gente vê que o gigante ainda não acordou de vez".   

Claudine Bichara, presidente da Câmara de Comércio França-Brasil. RFI