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Venezuela está no mesmo nível que Coreia do Norte ou Irã, diz John Bolton em Lima

Os cerca de cinquenta países que apoiam o opositor venezuelano Juan Guaidó em sua disputa com Nicolás Maduro apostam nas sanções americanas, tomadas na segunda-feira (5), em Caracas, para provocar a queda do presidente socialista, de acordo com o chefe da diplomacia peruana, Néstor Popolizio. A declaração foi feita na terça-feira (6) à noite no contexto de uma conferência internacional convocada pelo Grupo de Lima, composto por doze nações latino-americanas e do Canadá.

Reunião dos apoiadores de Juan Guaidó em Lima, no Peru, 6 de agosto de 2019.
Reunião dos apoiadores de Juan Guaidó em Lima, no Peru, 6 de agosto de 2019. REUTERS/Guadalupe Pardo
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Juan Guaidó não participou da reunião do grupo de Lima, mas agradeceu no Twitter os “democratas do mundo unidos pela Venezuela”, ressaltando que estava disposto a aplicar “a pressão e o apoio necessários para materializar a mudança” em seu país. “Vamos conseguir”, disse.

Os Estados Unidos, seguidos por cinquenta outros países, foram os primeiros a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino autoproclamado da Venezuela. Desde então, Washington e a União Europeia têm multiplicado as sanções contra o governo Maduro.

Além de uma delegação americana de alto escalão, liderada pelo secretário do Comércio Wilbur Ross e pelo conselheiro da Segurança Nacional, John Bolton, participaram da reunião representantes do Vaticano, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul, Israel, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e 18 países latino-americanos. Em apoio a Nicolás Maduro, China, Rússia e Turquia recusaram o convite.

Sanções aumentaram, mas diálogos continuam

Donald Trump impôs um congelamento total dos bens do governo venezuelano nos Estados Unidos, de acordo com a Casa Branca, que indicou na segunda-feira que toda transação com autoridades da Venezuela estava proibida. As novas iniciativas foram anunciadas após o parcial fracasso das medidas punitivas desde o início do ano até então para tentar tirar Maduro do poder.

A nova frente de ataque também permite aos EUA “identificar e impor sanções a toda pessoa que continuar a apoiar o regime ilegítimo de Nicolás Maduro”, segundo John Bolton, durante seu discurso em Lima, fazendo alusão a Moscou e Pequim. “É a primeira vez em 30 anos que impomos um congelamento de bens contra um governo desse hemisfério”, acrescentou, explicando que a Venezuela chegou ao nível de nações como a Coreia do Norte, Irã, Síria ou Cuba.

Ao mesmo tempo, a Casa Branca anunciava, em um comunicado, que os Estados Unidos utilizam nesse momento “todas as ferramentas necessárias” para colocar fim na “ditadura” de Nicolás Maduro na Venezuela. Caracas reagiu acusando Washington de praticar “terrorismo econômico” e pressão para a ruptura.

Entretanto, o governo de Maduro “não permitirá que a escalada tendenciosa de agressões afete” as discussões de paz. Segundo a Noruega, os representantes dos dois campos se engajaram a encontrar uma solução “constitucional” à crise da Venezuela.

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