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Venezuela/apagão

Venezuela reduz jornada de trabalho e suspende aulas depois de apagão

O governo da Venezuela decretou, neste domingo (31), a redução da jornada de trabalho e a suspensão de aulas. A decisão ocorreu por conta do agravamento dos apagões que se acentuaram no país petroleiro desde 7 de março.

O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, anunciou que a jornada de trabalho e as aulas nas escolas vão terminar às 14h, de acordo com um plano previsto por 30 dias.
O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, anunciou que a jornada de trabalho e as aulas nas escolas vão terminar às 14h, de acordo com um plano previsto por 30 dias. REUTERS/Ivan Alvarado
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De acordo com uma declaração do ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, transmitida pela televisão pública, a jornada de trabalho diário terminará às 14h em instituições públicas e privadas. O presidente Nicolás Maduro afirmou que as atividades escolares podem ser retomadas entre terça-feira e quarta-feira.

Maduro também anunciou um racionamento da eletricidade de 30 dias, em cadeia de rádio e TV. O anúncio aconteceu depois de uma série de protestos espontâneos motivados pela falta de energia elétrica. Vários maniestações foram reprimidas pelos coletivos, como são conhecidos na Venezuela os grupos de civis armados vinculados ao governo socialista, denunciaram manifestantes e ONGs. Maduro, que atribui os apagões a atos de sabotagem, autorizou os coletivos civis que apoiam o governo a conter os protestos que chama de “guarimbas violentas” para derrubá-lo.

Falta de água

O apagão provocou um colapso no abastecimento de água, que já era deficitário. Milhões de venezuelanos ficaram sem uma gota de água em um cenário de falta de abastecimento, provocado pela série de apagões registrados desde o início de março. A cena se repete em vários bairros de Caracas. Famílias inteiras formam filas e carregam baldes para retirar água de nascentes, canos quebrados, valas, de carros-pipa fornecidos pelo governo ou do pouco que corre pelo rio Guiare.

O governo socialista reiterou que atentados "terroristas" afetaram a central hidrelétrica de Guri, que gera 80% da energia elétrica no país. O regime bolivariano "denunciou a infame e brutal perpetração de dois ataques programados e sincronizados contra o sistema elétrico nacional para obstruir de maneira criminosa e homicida os imensos esforços do governo revolucionário para estabilizar o serviço de energia elétrica", declarou o ministro da Comunicação.

Apagão afeta quase todos os estados

A falta de luz, que de maneira intermitente afeta 21 dos 23 estados, além de Caracas, parece estar longe de uma solução devido à falta de investimentos em infraestruturas e uma corrupção endêmica, alertam especialistas. A situação é resultado da corrupção, falta de perícia e falta de manutenção do sistema elétrico, afirmou Miguel Ara, gerente de operações do sistema elétrico venezuelano até 2004.

O líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por mais de 50 países, pediu protestos a cada nova falha no sistema de energia elétrica. Em meio à emergência, a Cruz Vermelha anunciou que distribuirá ajuda humanitária de forma iminente na Venezuela, uma questão que é central na disputa de poder entre Maduro e Guaidó.

(Com informações da AFP)

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