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EUA/Suprema Corte

Nomeação de Kavanaugh à Suprema Corte segue para votação final no Senado dos EUA

O Senado americano votou, nesta sexta-feira (5), o encerramento do processo que autoriza a votação final para a nomeação de Brett Kavanaugh à Suprema Corte dos EUA. Ele é acusado de agressão sexual. O voto final da Câmara Alta está previsto para o sábado e se for favorável o confirmará no cargo de juiz.

Protestos contra a nomeação de Brett Kavanaugh à Suprema Corte dos EUA. Ele é acusado de agressão sexual
Protestos contra a nomeação de Brett Kavanaugh à Suprema Corte dos EUA. Ele é acusado de agressão sexual REUTERS/James Lawler Duggan
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A Casa Branca se mantém confiante na confirmação, em meio à maioria republicana de 51 a 49 no Senado. De qualquer maneira, três senadores republicanos disseram estar indecisos quanto à sua posição sobre Kavanaugh.O juiz é acusado pela professora universitária Christine Blasey Ford de tentar violentá-la em uma festa em 1982, quando ambos eram alunos do Ensino Médio.

Todo o processo de confirmação acontece em meio a um clima de forte polarização política, a poucas semanas das eleições de meio de mandato que vão determinar se o Partido Republicano continua tendo o controle do Congresso.

A votação final do sábado sobre o candidato de Trump deve selar pelas próximas décadas uma maioria conservadora na Suprema Corte, uma instituição que regula assuntos sensíveis na sociedade americana, como o direito ao aborto e o controle de armas. Segundo as novas regras aprovadas no ano passado, são necessários 50 votos para a aprovação do indicado nesta sexta, antes da votação final.

Protestos contra provável nomeação

Milhares de pessoas manifestaram contra Kavanaugh nesta quinta-feira (4) em Washington. Muitos conseguiram entrar no prédio de gabinetes do Senado, para protestar. "Não traiam as mulheres, votem não", lia-se nos cartazes dos manifestantes no Capitólio.

A polícia prendeu mais de 300 pessoas, incluindo a comediante Amy Schumer, prima do líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer. Em um tuíte nesta sexta, Trump acusou os manifestantes de serem financiados pelo magnata americano George Soros, doador dos democratas.

Já Kavanaugh surpreendeu ao publicar um incomum artigo de opinião na imprensa, onde garantiu ser "independente, imparcial". "Não decido casos me baseando em preferências pessoais, ou políticas. Não sou um juiz pró-acusador, ou pró-réu (...) Sou um juiz pró-lei", alegou o juiz conservador, de 53 anos, no texto publicado no site do "The Wall Street Journal".

No texto, ele também justifica que seu testemunho na semana passada diante da Comissão de Justiça do Senado "foi forte e apaixonado", porque nega "forte e apaixonadamente" as acusações contra ele.

Trump defende Kavanaugh em comício

Em um comício com simpatizantes em Minnesota na quinta-feira à noite (4), Trump classificou seu candidato como "um dos mais respeitados". Ao mesmo tempo, seus partidários gritavam: "Queremos Kavanaugh". O juiz Kavanaugh, um brilhante magistrado de valores conservadores, seguia em um caminho quase certo para sua confirmação, quando foi acusado de uma tentativa de estupro em 1982.

Em uma audiência acompanhada por 20 milhões de americanos, Christine Blasey Ford, de 51 anos, disse estar "100%" segura de ter sido agredida por ele. O juiz insiste em sua inocência. Para Diante dessas posturas irreconciliáveis, o Senado solicitou uma investigação complementar ao FBI (a Polícia Federal americana), que entregou seu relatório confidencial na quarta à noite à Casa Branca. "Não encontramos nada, nada que corrobore as acusações", afirmou o influente senador republicano Orrin Hatch.

Os democratas consideraram, porém, que a investigação do FBI é insuficiente. "Parece ser o produto de uma investigação incompleta que foi limitada talvez pela Casa Branca", disse à imprensa a democrata de mais alta posição nessa Comissão, a senadora Dianne Feinstein.

Embora os senadores republicanos apoiem o candidato de Trump, três moderados indecisos - Jeff Flake, Susan Collins e Lisa Murkowski - têm a chave da votação. Outra incerteza recai sobre o senador de Montana, Steve Daines, que não deve comparecer à votação de sábado, devido ao casamento de sua filha. Já que cada voto é fundamental nesse momento, os republicanos no Senado anunciaram que vão buscar uma solução.

Do lado democrata, dois senadores se mantinham indecisos, mas Heidi Heitkamp garantiu, na quinta-feira, que votará junto com seu partido para "transmitir um sinal para os jovens e mulheres" dos Estados Unidos.

(Com informações da AFP)

 

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