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Cúpula de Países Não Alinhados termina com apoio a Nicolás Maduro

Em Porlamar, na Venezuela, o Movimento dos Países Não-Alinhados (NOAL)  encerra neste domingo (18) sua XVII Cúpula, com um apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pressionado pela pior crise já registrada em seu país em sua história recente.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assumiu a presidência do bloco nos próximos três anos.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assumiu a presidência do bloco nos próximos três anos. REUTERS/Marco Bello
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A reunião, que contou com a presença de um pequeno grupo de presidentes dos 120 países do movimento, termina com a aprovação de um documento final de 190 páginas, nas quais serão ressaltados o apelo à não-ingerência, o impulso à paz e à cooperação, além de preocupações pela situação na Venezuela e em outros países em conflito.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que no sábado (17), na abertura do encontro, denunciou uma ofensiva dos Estados Unidos na América Latina e, em particular, contra seu governo socialista, assumiu a presidência do bloco pelos próximos três anos; o período é imprevisível diante da complicada situação política, econômica e social do país.

Embora seu mandato termine em janeiro de 2019, seus opositores buscam retirá-lo do poder através de um referendo revogatório, que exigem que seja realizado neste ano para que sejam convocadas eleições. No entanto, o governo afirma que isso é impossível porque o processo foi iniciado tardiamente.

O presidente socialista atribui a uma aliança entre a oposição venezuelana e Washington supostos planos para derrubá-lo por meio de uma guerra econômica. Já a oposição afirma que a crise é resultado do que chama de "um modelo socialista fracassado" e acredita que a única solução está no referendo. No entanto, o poder eleitoral, acusado de servir ao governo, ainda não definiu a data da próxima etapa do processo, o que aumenta as tensões.

O grupo foi criado nos anos 50, durante a Guerra Fria, para reunir países que não se consideravam alinhados com nenhuma potência mundial.

Venezuela sem força internacional

Maduro busca apoio neste fórum, que reúne vários de seus aliados: os presidentes Rafael Correa (Equador), Raúl Castro (Cuba), Evo Morales (Bolívia), Hassan Rohani (Irã) e Salvador Sánchez (El Salvador) expressaram seu apoio no plenário de debates.

Atingida pela queda dos preços do petróleo, que gera 96% de suas divisas, a Venezuela sofre uma aguda escassez de alimentos e remédios, e sua inflação é a mais alta do mundo, projetada pelo FMI em 720% para este ano.

Estados Unidos, o grande inimigo

Criado no apogeu da Guerra Fria como uma alternativa à bipolaridade de Estados Unidos e União Soviética, o NOAL debate neste domingo a necessidade de se renovar na era pós-conflito. Alguns dignitários e chefes de delegação advertiram sobre o surgimento de novos colonialismos e ingerências. Sob o tema da paz, as delegações falaram sobre conflitos em vários dos países do movimento, sobre as ações dos grupos extremistas e vários acusaram os Estados Unidos de ingerência em assuntos internos.
 

Informações da AFP

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