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Argentina/Kirchner

Ex-presidente Cristina Kirchner transforma ida à Justiça em comício

Afastada da vida política desde dezembro, Cristina Kirchner compareceu nesta quarta-feira (13) diante da Justiça da Argentina. A ex-presidente transformou a audiência judicial em um comício de oposição ao presidente Mauricio Macri.

Cristina Kirchner foi recebida com aplausos por seus partidários diante do tribunal.
Cristina Kirchner foi recebida com aplausos por seus partidários diante do tribunal. REUTERS/Marcos Brindicci
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Confiante e sorridente, Cristina entrou no tribunal de seu inimigo Claudio Bonadio, passando por uma colorida e ansiosa multidão de correligionários com bandeiras, bumbos e cartazes com dizeres contra Macri. Segundo fontes do tribunal, a ex-presidente não cumprimentou Bonadio, tratando-o de "incompetente". Cristina o criticou por quase meia hora, e o juiz deixou a sala por entender que ela não responderia às suas perguntas, descreveu o jornal Clarín.

Kirchner afirmou que a acusação por causa de uma operação cambial do Banco Central durante seu mandato (2007-2015) revela "a intenção do governo, com a colaboração imprescindível do Poder Judiciário, de plantar uma causa penal que me prive da liberdade", escreveu em um documento que entregou ao juiz.

Esse primeiro grande comício de oposição ao governo de centro-direita de Macri foi transmitido quase em rede nacional pelas principais emissoras de televisão e seguido minuto a minuto pelos portais de notícias.

"Não vão me calar"

"Podem me intimar mais 20 vezes, podem me prender, mas o que não podem fazer é me calar. Proponho formar uma grande frente cidadã. Convoquem também os dirigentes sindicais porque estão tratando a gente como cachorro", afirmou Cristina Kirchner, diante de milhares de simpatizantes que se reuniram na frente do tribunal, apesar da forte chuva que caia na capital argentina.

"Não tenho medo deles. Enfrentarei este processo e qualquer outro que queiram fabricar contra mim", postou Cristina em seu perfil no Facebook.

Kirchner é acusada de intervenção nas reservas do Banco Central com as "vendas de dólares a futuro", uma operação cambial realizada pelo órgão em setembro passado, auge da campanha eleitoral. Em uma tentativa de desestimular uma desvalorização, o Banco Central fixou preços de dólar não muito altos, válidos para março de 2016. Ao assumir, Macri desvalorizou a moeda e, agora, o Banco Central tem de pagar 50% mais caro no mercado futuro.

Além deste processo, a ex-presidente enfrenta o pedido de investigação de um procurador por suspeita de lavagem de dinheiro de um empresário amigo do casal.

(Com informações da AFP)

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