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EUA anunciam prisão de terceiro envolvido no massacre de San Bernardino

As autoridades norte-americanas prenderam um amigo próximo dos dois atiradores de San Bernardino, na Califórnia. Enrique Marquez, de 24 anos, foi acusado nesta quinta-feira (17) de ter planejado dois "crimes terroristas" com Syed Farook, um dos autores do suposto ataque jihadista, o mais grave em solo americano desde 11 de setembro de 2001. Ele também teria fornecido ilegalmente os explosivos e dois fuzis utilizados no atentado, que deixou 14 mortos e 22 feridos.

Esboço de Enrique Marquez, 24, feito durante audiência no Tribunal Federal de Riverside
Esboço de Enrique Marquez, 24, feito durante audiência no Tribunal Federal de Riverside REUTERS/Bill Robles
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Marquez, que trabalhava como segurança e sonhava em entrar para a marinha, enfrenta ainda uma terceira acusação: utilizar um casamento de fachada para fraudar os serviços de imigração. Ele se casou com uma imigrante russa que lhe paga 200 dólares por mês. A irmã dessa mulher é casada com um irmão de Farook.

Ele próprio teria procurado a polícia, no dia seguinte ao massacre de San Bernardino. De acordo com a acusação, ele discou o telefone de emergência e disse à atendente que queria se suicidar. Quando perguntado por que, ele respondeu: "meu vizinho. Ele cometeu o atentado de San Bernardino", depois explicou que Syed Farook havia utilizado seu fuzil.

Enrique Marquez se apresentou aos serviços de emergência em um estado "ansioso e emotivo", depois de beber 9 garrafas de cerveja. Um dia antes do ataque, ele teria postado a seguinte mensagem no Facebook: "Eu estou envolvido com complôs terroristas, drogas, tenho comportamento antissocial, sou casado, poderia ir para a prisão por fraude etc."

Acusado pode pegar até 25 anos de prisão

Se condenado pelo Tribunal Federal de Riverside (Califórnia) encarregado do caso, o rapaz pode pegar 15 anos de prisão por terrorismo e dez pelas outras duas acusações. Na segunda-feira, uma nova audiência deve avaliar se ele pode ser libertado sob fiança. No dia 6 de janeiro, ele deve se declarar culpado ou inocente. "Ainda que não haja provas de que Marquez tenha participado do atentado ou mesmo que soubesse que ele estava sendo preparado, os fatos de ele ter comprado duas armas de fogo e não ter denunciado as intenções terroristas de Farook tiveram consequências fatais", declarou a procuradora federal da Califórnia Eileen Decker.

De acordo com a acusação, Enrique Marquez se mudou em 2004 para Riverside, a uma hora de Los Angeles. Ele vivia na casa ao lado de Syed Farook, que o "iniciou no islã", religião à qual se converteu em 2007, antes de se radicalizar. Os dois vizinhos treinaram tiro juntos, mas acabaram se distanciando e abandonaram seus projetos de atentados em 2012.

No dia 2 de dezembro, o casal de origem paquistanesa Syed Farook e Tashfeen Malik abriu fogo durante um almoço de natal para os encarregados do serviço sanitário de San Bernardino, onde Farook trabalhava. Em seguida, eles morreram em um tiroteio com a polícia. No comunicado da acusação contra o terceiro envolvido, as autoridades forneceram mais detalhes sobre o ataque.

Autoridades fornecem mais detalhes sobre atentado

Farook entrou no salão onde acontecia a festa, no gigantesco prédio do Centro Regional de acolhimento de deficientes Inland (IRC), e "depositou algo sobre uma mesa", que poderia ser uma bomba artesanal e um controle remoto para explodir o carro do casal, encontrados posteriormente pelos investigadores. Pouco antes das 11h, "ao menos um indivíduo, vestido em roupa preta de combate, saiu de uma picape na frente do IRC e abriu fogo no exterior do centro, matando 14 pessoas".

Naquela mesma manhã, as autoridades teriam feito "uma busca sobre o grupo Estado Islâmico" em uma conta do Facebook supostamente ligada a Tashfeen Malik, depois que o titular postou uma mensagem "prestando juramento a Abu Bakr al-Baghdadi", chefe da organização. Apesar disso, os dois jihadistas, pais de um bebê de seis meses, não parecem pertencer a nenhum grupo ou célula terrorista. Eles teriam agido como "lobos solitários".

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