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Argentina/papa

Argentinos fazem vigília de fé em homenagem a Francisco

O papa Francisco pediu aos argentinos que não fossem até Roma acompanhar sua missa inaugural. Mas isso não impediu milhares de fiéis de passarem a noite numa celebração à espera da entronização do Papa. Para a população do país, o novo papa levam um exemplo ao mundo

Os argentinos acompanham a missa do Papa ao vivo em Buenos Aires.
Os argentinos acompanham a missa do Papa ao vivo em Buenos Aires. REUTERS/Enrique Marcarian
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

O Vaticano pode até ser o epicentro da entronização do Papa Francisco, mas na praça de Maio, estão os fiéis que mais o conhecem, mais o admiram. Esta é a casa do ex-cardeal Jorge Bergoglio, ex-arcebispo de Buenos Aires, agora papa. Aqui, em frente à Catedral Metropolitana, Bergoglio vivia num pequeno quarto austero depois de ter abdicado da luxuosa residência oferecida pelo Vaticano. Ele também recusou o carro, o chofer e  todos os bens materiais oferecidos pela Santé Sé.

Com esse exemplo de simplicidade, de humildade e de uma vida dedicada aos excluídos, milhares de argentinos reúnem-se numa vigília que virou a madrugada para acompanhar, ao vivo através de telões, a consagração do novo Papa. Entre bandeiras da argentina e do Vaticano, entre shows musicais e cânticos religiosos, aplausos e muita festa.

 Os argentinos não cabem em si de tanto orgulho. É o caso de Ana Nuñez de 55 anos. "Para mim, foi um milagre, um presente de Jesus. É um orgulho que seja argentino e latino-americano", desabafou. Muitos do que aqui estão, conheceram o Papa Francisco pessoalmente. É o caso de Carlos Chatino, de 45 anos, para quem o fato de o Papa ser argentino renova a fé do povo com a Igreja."Sinto muita emoçao e muito otimismo para o futuro. Eu penso que o futuro será muito melhor. Eu já era praticante, mas isto é uma injeção de energia", acredita.

 Energia que o casal de turistas brasileiros de Santos, Caroline Knudsen, 53 anos, e Jorge Saibun, 62 anos, quis sentir de perto com bandeirinha do Vaticano na mão com as inscrições "Papa Francisco, o Papa argentino". "A gente está curtindo essa energia deles", disse Caroline. "Estamos curtindo essa alegria deles", confirma Jorge. "Eu acho a designação de um Papa argentino que uniu mais Brasil e Argentina", avalia. "Essa energia que se transforma. Buenos Aires acaba sendo o centro católico do mundo, pelo menos por um tempo", completa Jorge

O sacerdote Rubén Soto, 56 anos, diz que perdeu um pastor, mas que o mundo ganhou. "Perdi um padre e um bom pastor que me acompanhou sempre, mas estou feliz que toda a humanidade tenha ganho e que todos no mundo o possam conhecer", disse. "O exemplo do Papa contagia os não-católicos, mas principalmente os católicos e é um convite para que sejamos uma igreja próxima, pobre e acessível", interpreta Rubén Soto, quem viu uma procura maior nas missas desde que o Papa foi nomeado.

 O governo da cidade de Buenos Aires decretou feriado escolar para que as famílias pudessem vir inteiras presenciar este momento histórico para a Argentina e para a América Latina. Jorge Bergoglio criou uma rede de padres nas favelas e dava ênfase ao combate às drogas. É considerado conservador no que se refere às doutrinas da Igreja, mas um progressista em termos econômicos, políticos e sociais. É contra o casamento homossexual, mas é a favor da união civil entre as pessoas do mesmo sexo. É contra o aborto, mas defende que as crianças de mães solteiras sejam batizadas. É um reformista nos aspectos em que não se chocarem com a doutrina da Igreja.

 

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