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EUA/pena de morte

Justiça dos EUA confirma execução de Troy Davis, símbolo da luta contra a pena de morte

A Justiça americana negou nesta terça-feira, em última instância, o pedido de clemência a Troy Davis, condenado à morte por injeção letal no Estado da Geórgia. A execução está prevista para esta quarta-feira. Devido à falta de provas contra o acusado, seu caso tornou-se um símbolo da luta contra a pena capital. As ONGs de defesa dos direitos humanos pedem que os funcionários da penintenciária onde Davis está preso entrem em greve para evitar que a sentença seja cumprida.

Campanha na França em solidariedade a Troy Davis, que será executado nesta quarta-feira nos EUA.
Campanha na França em solidariedade a Troy Davis, que será executado nesta quarta-feira nos EUA. Amnesty International
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Davis foi condenado pelo assassinato de um jovem policial, em Savanah, na Geórgia, em 1989, sem nenhuma prova material. A arma do crime nunca foi encontrada e não havia traços de impressões digitais ou DNA no local. A polícia se baseou em nove depoimentos para levar o processo adiante. Considerado culpado, ele foi condenado à morte em 1991. Sua execução foi marcada para julho de 2007 e adiada para outubro de 2008.

Em setembro, já no corredor da morte, sua sentença foi adiada apenas duas horas antes da execução. "Uma verdadeira tortura psicológica", segundo as associações que se opõem à pena de morte. Diversas personalidades se mobilizaram contra a execução de Davis nos últimos anos, entre elas o bispo sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz em 1984. Nesta segunda-feira, dezenas de pessoas também se reuniram em frente ao prédio onde a comissão encarregada do caso decidiu pela morte de Davis.

Em agosto de 2009, a Suprema Corte dos EUA concedeu a Davis uma nova audiência. Sete das nove testemunhas do caso admitiram terem sido pressionadas a depor contra ele no inquérito. Uma delas revelou que um dos policiais ameaçou considerá-lo cúmplice caso não confirmasse a versão. Um dos pontos obscuros da investigação é a participação do homem que denunciou Davis, Silvester Côle. Na noite do crime,acompanhado de outros dois homens, ele teria ameaçado o sem-teto na saída de um restaurante, e quando Davis pediu ajuda, o policial interveio e acabou sendo mortalmente atingido por uma bala. Para as associações contrárias à pena de morte, Côle pode ser o verdadeiro autor dos tiros.

Segundo o jornal "Le Monde", durante o encontro na Assembleia Geral da ONU, previsto para quarta-feira, o presidente francês Nicolas Sarkozy poderia pedir ao presidente Barack Obama, Nobel da Paz em 2009, que interceda a favor de Davis. Obama poderia conceder a graça presidencial, mas a iniciativa poderia ser mal-vista pela classe política americana, que já enfrenta outras dificuldades pela falta de coesão.

ONGs que lutam pelos direitos humanos nos Estados Unidos pediram que os funcionários da penintenciária onde Davis está preso entrem em greve para evitar que a sentença seja cumprida. As organizações também querem que sua a pena de morte seja substituída por prisão perpétua.

 

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