Para economista do FMI, plano dos EUA para reduzir déficit não é confiável

Os Estados Unidos não têm um plano confiável para reduzir o déficit orçamentário, foi o que afirmou nessa quarta-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, em entrevista ao jornal francês Le Monde.

Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI AFP/IMF Photograph/Stephen Jaffe

Quando interrogado sobre as medidas orçamentárias americanas para conter o déficit, Olivier Blanchard disse que existem razões para se preocupar. O economista-chefe do FMI também afirma nas páginas do jornal Le Monde, que a diferença ideológica entre partidos é enorme sobre a maneira de como tratar o problema. Segundo ele, o debate entre os partidos Republicano e Democrata, concluído no dia 8 de abril, resultou em um plano de economia insuficiente de 40 bilhões de dólares.

Nessa segunda-feira a agência de notação internacional Standard and Poor’s decidiu passar de “estável” para “negativa” a perspectiva do rating dos Estados Unidos, estimando que existe um risco de que os Estados Unidos perca a nota máxima de “AAA” nos próximos dois anos. O presidente dos Estados Unidos Barack Obama e seu secretário do Tesouro Timothy Geithner sublinharam nessa terça-feira que vão fazer tudo para evitar que isso aconteça. A Casa Branca afirmou, através seu porta-voz Jay Carney, que a redução da perspectiva da dívida dos Estados Unidos pela agência S&P mostra que o país precisa alcançar um acordo sobre a reforma fiscal.

A China, maior detentor de bônus do Tesouro dos EUA, pediu medidas responsáveis do governo americano para proteger os investidores depois do anuncio da Standard and Poor’s.

Em Novembro passado, a agência de notação chinesa Dagong já não considerava os títulos norte-americanos como merecedores da nota mais alta ("AAA"). A sua notação era inferior ("AA"). A Dagong justificou a sua nota pela política monetária dos Estados Unidos para combater a crise que iria conduzir a uma desvalorização do dólar, prejudicando os investidores.