Lula é homenageado no final da Cúpula de Mar del Plata

As realizações do presidente brasileiro durante seus dois mandatos foram lembradas na 20ª Cúpula Ibero-Americana, que terminou neste sábado em Mar del Plata, na Argentina. O evento foi concluído com a assinatura de uma declaração visando o combate ao analfabetismo.

Lula se emociona diante dos chefes de Estado e representantes da América Latina, da Espanha, Portugal e Andorra Reuters

Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado pelos representantes de 19 países da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra que participaram da reunião de cúpula na Argentina. Os líderes ressaltaram as transformações promovidas pelo presidente brasileiro durante seus dois mandatos.

Durante seu discurso, a presidente argentina Cristina Kirchner, que acolhia os colegas em seu país, disse que não queria se despedir de Lula. “Ninguém vai te dizer adeus hoje”, disse ela. “Um militante nunca deixa a política, principalmente quando, durante sua passagem pela presidência, é motor de transformações e projetos nunca antes empreitados”, completou a chefe de Estado. A declaração emocionou o brasileiro, que vive os últimos eventos internacionais de seu mandato. 

Em um discurso improvisado, Lula disse que não pretende se afastar da política. “Eu sou um político latino-americano, não vou deixar a política. Vou ter mais tempo para viajar, quero discutir política e os partidos”, prometeu o brasileiro.

Declaração final - A cúpula terminou com o engajamento dos líderes da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra de erradicar o analfabetismo nesses países até 2015. Eles também estabeleceram um plano de educação com investimentos de mais de 100 bilhões de dólares no setor até 2021.

Para cumprir com essa meta, os 16 chefes de estado e de governo e os seis chefes de delegações se comprometeram a fortalecer os programas existentes e desenvolver programas de emergência para acabar com o anafalbetismo. De acordo com dados da Unesco, na América Latina há mais de 39 milhões de anafalbetos e cerca de 110 milhões de adolescentes não terminaram o primeiro grau.

Os líderes reunidos em Mar del Plata também apresentaram um projeto para criar um mecanismo de sanções aos países vítimas de golpes de Estados. Segundo Cristina Kirchner, o objetivo é “cortar todos os elos com países que tenham tentado destruir a democracia”.

O texto usou como modelo uma “cláusula da democracia” que havia sido adotada em novembro pela União das Nações Sul-Americanas (Unasur), na Guyana. O presidente do Equador, Rafael Correa, reforçou a declaraçao pedindo que seus colegas não tolerem nenhuma tentativa de golpe na região.