Crise diplomática está chegando ao fim, garante novo presidente da Colômbia

Juan Manuel Santos telefonou ao presidente Lula da Silva e afirmou que as relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia, cortadas desde o mês de julho, serão retomadas nesta terça-feira

O novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos. Reutes

O presidente venezuelano Hugo Chávez encontra nesta terça-feira em Santa Marta, no norte da Colômbia, o novo líder colombiano, Juan Manuel Santos, em uma tentativa de normalizar as relações bilaterais entre os dois países. Santos cumprimentou a decisão de Chávez de ir à Colômbia. Chávez, por sua vez, disse estar "feliz" com a viagem, acrescentando que poderia "virar a página" do conflito. Em mais uma demonstração de boa vontade, na segunda-feira Chávez fez um apelo às guerrilhas colombianas por um acordo de paz e pela libertação dos reféns que ainda estão sendo mantidos em cativeiro.

Para o cronista político de Rádio França Internacional, Alfredo Valladão, as FARC representam um poderoso instrumento que permite ao poder chavista pressionar a Colômbia e manter uma forte capacidade de intervenção nos seus assuntos internos. “ E é exatamente por esta razão que a Colômbia não poderá nunca cooperar e normalizar completamente as relações com o vizinho venezuelano sem resolver esta pendenga”, observa Valladão.

O fim dos laços diplomáticos entre Venezuela e Colômbia foi anunciado em 22 de julho, por Caracas, quando o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, denunciou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que o governo venezuelano estaria abrigando guerrilheiros das Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, e do ELN, o Exército de Libertação Nacional.

Desde então, o clima de tensão entre os dois países aumentou. A posse de Santos na Colômbia pode colocar um ponto final no atrito. Em seu discurso de posse, no último sábado, Santos afirmou que desejava um diálogo direto com Caracas. No dia seguinte, a chanceler colombiana María Ángela Holguín encontrou-se com o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, dando um primeiro passo para o restabelecimento das relações bilaterais.