NY aprova construção de mesquita perto do Marco Zero
A Comissão Nacional de Preservação de Monumentos Históricos de Nova York abriu caminho para que uma mesquita e um centro de estudos islâmicos sejam construídos a poucos metros de onde se localizavam as torres gêmeas do World Trade Center. O projeto, porém, enfrenta a oposição de algumas famílias de vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.
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Por unanimidade, a Comissão Nacional de Preservação de Monumentos Históricos de Nova York decidiu retirar da lista de monumentos históricos o edifício dos números 45 e 47 de Park Place, perto do Marco Zero (local do antigo World Trade Center). Com a decisão, o imóvel, que data de 1850, que está abandonado, poderá ser demolido dando lugar a um centro religioso. O projeto do novo complexo prevê um prédio de13 andares que incluirá uma mesquita, uma sala de orações e um auditório para 500 pessoas.
Para o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, a construção da mesquita representa a tolerância e a liberdade religiosa que são os valores fundamentais dos Estados Unidos. « Nova York é a cidade mais livre do mundo. Nossas portas estão abertas a todo mundo e a todos que sonham e que trabalham duro », disse Bloomberg.
Em editorial, o jornal «The New York Times » argumenta que, a “única coisa certa a fazer”, é permitir a construção do templo islâmicoe comemorou o fato de a comissão não ter sucumbido ao “ódio”. Para o jornal, não se deve usar o fato de os terroristas do 11 de Setembro serem muçulmanos para incitar a intolerância religiosa.
Já várias vozes dentro do Partido Republicano criticam duramente a decisão. A ex-candidata republicana à vice-presidência dos EUA Sarah Palin escreveu no miniblog Twitter que ter um centro islâmico a poucos metros do Marco Zero é uma “apunhalada” nos corações das famílias das vítimas do atentado e disse que o projeto é uma “provocação desnecessária”.
Os críticos também reclamam da falta de trasnparência em relação aos doadores do projeto. O imã de Nova York, Feisal Abdul Rauf, declarou inicialmente que todos os recursos para a construção do complexo viriam apenas da comunidade muçulmana radicada nos Estados Unidos. Recentemente, porém, ele afirmou que alguns países árabes poderiam ajudar na construção. O custo do projeto é estimado em 100 milhões de dólares.
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