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G-20/ Canada

Contracúpulas e policiamento reforçado na véspera do G20

 Um dia antes da abertura da cúpula em Toronto, no Canadá, as autoridades reforçam segurança em meio a contra-cúpulas organizaadas pelas ONGs locais.

A situação dos indígenas é uma forte preocupação das ONGs canadenses.
A situação dos indígenas é uma forte preocupação das ONGs canadenses. Reuters
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A cidade de Toronto, palco da cúpula dos chefes de Estado e de Governo do G20, já está sob esquema de segurança máxima para receber os líderes mundiais. O acesso à cidade está restrito e o Metro Toronto Convention Centre, onde se reunirão os participantes, totalmente cercado por forças policiais.

Os encontros do G20 atraem todos os anos um grande número de manifestantes antiglobalização e as autoridades canadenses temem que os protestos possam tornar-se violentos. A segurança nas fronteiras do Canadá também foi reforçada.

Como em todos os encontros do G20, realizam-se paralelamente as contracúpulas que, neste ano, giram em torno de temas sociais, ambientais e políticos.

Esta quinta-feira é dedicada à soberania indígena, com uma passeata relembrando o genocídio indígena e um fórum de discussão.

Na sexta-feira, cerca de nove manifestações e passeatas estão programadas em torno da justiça global, justiça para as comunidades indígenas e melhoria de condição de vida para todos.

Desde o começo da semana, já foram organizadas várias concentrações sobre meio ambiente, direitos humanos e migração.

G20: o que está em jogo

Os países ricos e as potências emergentes chegam divididos à cupula do G20. Um grupo de países como Brasil, Estados Unidos e Canadá defendem políticas de investimento para sustentar o crescimento da economia mundial, enquanto os europeus, e em primeiro plano a Alemanha, aplicam cortes draconianos em seus orçamentos para reduzir a dívida pública.

Os planos de estímulo vigorosos lançados no auge da crise financeira tiveram efeitos desiguais. Alguns países voltaram a crescer, mas em ritmo frágil e com níveis de desemprego ainda muito elevados. Numa carta aos líderes do G20 na semana passada, o presidente norte-americano Barack Obama alertou que a suspensão precoce de medidas de estímulo poderia levar o mundo à recessão, como aconteceu nos anos 30.

Os líderes do G20 também têm divergências sobre a regulamentação do sistema financeiro. França, Alemanha e Reino Unido vão criar um imposto sobre as atividades de risco dos bancos, uma espécie de fundo de previdência bancário, para cobrir os custos de uma nova crise, ideia que enfrenta resistência do Brasil e do Canadá, entre outras nações, cujos bancos estavam envolvidos em menos atividades especulativas e resistiram bem à crise.

Os europeus chegam ao G20 com a proposta de criar uma taxa sobre as transações financeiras internacionais, para financiar programas de desenvolvimento nos países pobres e questões climáticas, mas a ideia nao é consensual.

A moeda chinesa é outro ponto de atrito. Sob pressão internacional, a China começou a valorizar o yuan. Americanos e europeus acham que ainda é pouco, enquanto Brasil e India temem que a desvalorização das moedas fortes atraia uma entrada em massa de capital nos mercados emergentes.

O presidente brasileiro Luiz Ináco Lula da Silva disse, na quarta-feira, em Brasília, que os programas do FMI e do Banco Mundial são obsoletos. Lula resumiu a mensagem do Brasil na cúpula do G20: defendeu a reforma das instituições financeiras multilaterais, reivindicando maior peso à América do Sul e à Africa nas decisões e programas desses organismos.
 

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