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Venezuela: filósofa e acadêmica de 80 anos corre contra o relógio para enfrentar Maduro nas urnas

Corina Yoris tem 80 anos e jamais ocupou um cargo público. Prestigiada professora universitária, ela integrou a Comissão Nacional Primária da oposição, em que sua xará, Corina Machado, obteve 90% dos votos em 22 de outubro de 2023, mas teve a candidatura invalidada. Resta saber se a nova opositora conseguirá registar a sua candidatura em tempo, já que o prazo expira dentro de algumas horas.

Corina Yoris (centro) tenta registrar sua candidatura para poder participar da eleição presidencial venezuelana no próximo 28 de julho.
Corina Yoris (centro) tenta registrar sua candidatura para poder participar da eleição presidencial venezuelana no próximo 28 de julho. AP - Ariana Cubillos
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Após a desqualificação política de Machado durante 15 anos, a coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) procurava um candidato alternativo para a eleição de 28 de julho e encontrou outra Corina. Embora a sua experiência política seja quase inexistente e a sua nomeação tenha surpreendido muitos militantes, a candidatura de Yoris suscita esperanças.

“Vamos travar esta luta juntos”, afirmou Corina Machado, que continuará sendo o rosto da campanha. “Vou continuar viajando pela Venezuela, levando força e esperança a todos os cantos do país”, acrescentou.

No entanto, a candidatura de Corina Yoris, que há poucos dias entrou para a Academia Venezuelana da Língua, ainda não é oficial. O prazo para inscrição termina nesta segunda-feira (25), à meia-noite pelo horário de Caracas (23h pelo horário de Brasília) e o PUD não consegue registrar a acadêmica devido a problemas no sistema online.

A oposição solicitou ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que o prazo seja estendido por mais três dias, o que já ocorreu anteriormente. No entanto, Yoris afirma que nem mesmo se apresentando fisicamente conseguiu obter o aval do órgão. "Meus direitos como cidadã venezuelana estão sendo violados", denunciou. 

Fake news sobre dupla nacionalidade

No domingo (24), a opositora teve de se manifestar e desmentir uma fake news que se espalhou nas redes sociais afirmando que ela não poderia concorrer à eleição por supostamente ter dupla nacionalidade, venezuelana e uruguaia.

“Nego categoricamente a informação que circula sobre a minha alegada dupla nacionalidade. Nasci em Caracas, meus pais nasceram na Venezuela e nunca optei por outra nacionalidade que não a venezuelana”, esclareceu Yoris na rede X.

Outro que não pode registrar sua candidatura foi Manuel Rosales, governador do estado de Zulia, no noroeste da Venezuela. Em 2006, ele enfrentou Hugo Chávez na disputa pelo cargo de presidente, mas perdeu. 

Maduro formaliza candidatura

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de 61 anos, formalizou sua candidatura nesta segunda-feira junto ao CNE. Coube a Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), assinar os documentos. 

O atual presidente venezuelano, cuja reeleição em 2018 não foi reconhecida por parte da comunidade internacional, resultando em sanções internacionais, busca um terceiro mandato de seis anos na liderança do país. Se vencer, Maduro estenderá a sua gestão a 18 anos no poder, quatro a mais que o seu antecessor Hugo Chávez tinha quando morreu, em 2013.

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