Acessar o conteúdo principal

EUA: famílias de crianças transgêneros deixam o Texas após leis contra terapia hormonal

Nesta sexta-feira (1º), nada menos que 774 novas leis entrarão em vigor somente no Texas. Muitas delas dizem respeito a pessoas transgêneras e, principalmente, a menores de idade. Da escola primária à universidade, elas não podem mais participar de competições esportivas que não sejam reservadas ao sexo de nascimento. E as crianças não têm mais acesso à terapia hormonal e bloqueadores de puberdade.

"Direitos trans são direitos humanos", diz cartaz.
"Direitos trans são direitos humanos", diz cartaz. AP - Armando Franca
Publicidade

Thomas Harms, correspondente da RFI em Houston

Famílias de crianças transgêneros já deixaram o Texas, e muitas outras estão se perguntando se também vão se arriscar a ficar. Para Beck Munsey, um conselheiro psicológico para jovens e adultos transgêneros na área de Dallas, a ansiedade é generalizada: "Como pessoa trans, eu gostaria de fazer parte da discussão em vez de ser alvo dela".

Suicídios entre menores transgêneros

De acordo com médicos especializados em terapia hormonal, essa lei é prejudicial a seus pacientes, pois a medicação e a assistência médica evitam a depressão e os suicídios entre menores transgêneros.

Mas é preciso dizer que a questão da saúde se tornou uma causa política. No Texas, 85% dos eleitores republicanos são a favor da restrição do acesso a terapias hormonais, de acordo com uma pesquisa realizada em abril pela Texas Politics Projects.  

Alex Sheldon dirige a GLMA, uma organização de profissionais de saúde que defende os direitos LGBT+. "As consequências serão de longo alcance e catastróficas. Esse é um processo que precisamos interromper imediatamente", diz ele.

Batalha vai para os tribunais

O direito fundamental das crianças de acessar o atendimento médico que desejam no Texas não é um caso isolado, 19 outros estados americanos aprovaram leis semelhantes.

Mas a batalha agora está nos tribunais. Juízes federais na Flórida, Kentucky, Tennessee e Arkansas declararam as proibições inconstitucionais, porque elas violam o direito fundamental das crianças e dos pais de fornecer o atendimento médico que desejam para seus filhos.

E no Texas, o texto também está em plena turbulência jurídica, pois um juiz de Austin bloqueou temporariamente a lei. Mas o Departamento de Justiça do Texas recorreu à Suprema Corte do Estado. Portanto, a proibição entra em vigor na sexta-feira, 1º de setembro.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.