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Funcionários não ajudaram migrantes durante incêndio que matou 39 no México, aponta Procuradoria

As autoridades mexicanas investigam de quem é a responsabilidade pelo incêndio no centro de detenção de migrantes, em Ciudad Juarez, que matou 39 pessoas e deixou outros 27 feridos na terça-feira (28). A Procuradoria-Geral do México identificou oito funcionários suspeitos de não terem ajudado os migrantes no momento que o fogo se espalhou pelo centro.

Homem da Guarda Nacional mexicano vigia hospital onde migrantes feridos estão sendo atendidos após o incêndio no centro de retenção de migrantes, em Ciudad Juarez.
Homem da Guarda Nacional mexicano vigia hospital onde migrantes feridos estão sendo atendidos após o incêndio no centro de retenção de migrantes, em Ciudad Juarez. REUTERS - JOSE LUIS GONZALEZ
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Com informações de Carlos Pizarro, da RFI em espanhol

Dois agentes federais, um agente estadual de migração e cinco funcionários de uma empresa privada são suspeitos de terem omitido socorro aos migrantes durante um grande incêndio no centro de retenção em Ciudad Juarez.

"Nenhum dos servidores públicos nem dos agentes de segurança privada fizeram qualquer ação para liberar os migrantes" após o início do incêndio, ressaltou a promotora especializada em Direitos Humanos Sara Irene Herrerías, durante uma entrevista coletiva na quarta-feira (29).

Um vídeo de 32 segundos, gravado pelas câmeras de vigilância, mostra o início do incêndio na madrugada de segunda-feira (27). No meio da fumaça, um homem aparece dando chutes em uma porta fechada. No mesmo momento, é possível ver três agentes de segurança virando de costas e indo embora, sem prestar assistência aos detidos.

A procuradoria pediu à Justiça a prisão de quatro dos funcionários, que não foram identificados. A morte dos migrantes é investigada como suspeita de homicídio. 

Um migrante também foi identificado como responsável pelo fogo.

 

Homenagem aos mortos no incêndio do centro de retenção de migrantes, em Ciudad Juarez.
Homenagem aos mortos no incêndio do centro de retenção de migrantes, em Ciudad Juarez. © AP/Christian Chavez

 

Centros são bomba-relógio

O incêndio foi provocado por migrantes que estavam detidos no centro e protestavam contra sua deportação, segundo as autoridades mexicanas.

"Isso é o resultado de uma política de criminalização da migração. O fato de que as pessoas tenham decidido se manifestar de alguma maneira é mostra de seu cansaço sobre as más condições desses centros. São condições comparáveis às de tortura e de maus-tratos", considera Melissa Vertiz, representante do Grupo de Trabalho sobre Política Migratória. 

"[Esses centros] são uma bomba-relógio. Ali há muitas pessoas a quem não se dá respostas quando apresentam seus pedidos de asilo e outras que veem de países inseguros. E a única resposta do governo é deixá-los nestas detenções migratórias ou praticamente em situação de rua", denuncia Vertiz.

A maioria das vítimas do incêndio vinha de países da América Central e buscava entrar nos Estados Unidos

O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, prometeu que não haverá impunidade para quem "provocou esta dolorosa tragédia".

(Com AFP)

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