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Descoberta de mais documentos confidenciais na casa de Biden amplia constrangimento para democrata

Mais cinco páginas de documentos confidenciais foram encontradas na casa da família de Joe Biden, disse a Casa Branca neste sábado (14), em uma descoberta que amplia o mal-estar gerado por um caso já delicado para o presidente dos Estados Unidos. A lei americana proíbe ex-presidentes e  ex-vice-presidentes de manter documentos de Estado em sua possessão após o fim do mandato.

Novos documentos confidenciais da época em que Joe Biden era vice-presidente foram encontrados na residência do democrata  em Wilmington, em Delaware. (13/01/2023)
Novos documentos confidenciais da época em que Joe Biden era vice-presidente foram encontrados na residência do democrata em Wilmington, em Delaware. (13/01/2023) AP - Carolyn Kaster
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Estes últimos documentos revelados, que datam do período em que Biden ocupou a vice-presidência, de 2009 a 2017, foram encontrados em uma sala adjacente à garagem da residência familiar – após a chegada, na noite de quinta-feira, do advogado da presidência ao local, explicou o defensor Richard Sauber, em um comunicado à imprensa. Biden estava presente neste fim de semana, como costuma fazer sempre que sua agenda permite.

Sauber afirmou que foi ao suntuoso imóvel em Wilmington, em Delaware, para supervisionar a transmissão à Justiça de um primeiro conjunto de documentos confidenciais, encontrados no local na quarta-feira. O defensor lembra que, ao revistar a casa na quarta-feira, os advogados pessoais do presidente encontraram uma página marcada como documento confidencial, na mesma sala ao lado da garagem.

Lei proíbe posse de arquivos

Conforme a Casa Branca, os advogados não analisaram os textos por não terem as autorizações necessárias para consultá-los, e avisaram o Ministério da Justiça. Uma lei de 1978 obriga os presidentes e vice-presidentes americanos a enviar todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho para o Arquivo Nacional.

O advogado da presidência, que está autorizado a consultar documentos confidenciais, descobriu outras cinco páginas ao visitar a residência, num total de seis páginas. Segundo Richard Sauber, os representantes do Ministério da Justiça que o acompanhavam "imediatamente" pegaram os documentos.

Além dos arquivos encontrados na casa particular de Biden, outros documentos secretos foram descobertos em novembro passado no Penn Biden Center, um think tank em Washington onde Joe Biden já teve um escritório. Os registros também foram entregues à Justiça.

Na quinta-feira, o ministro da Justiça, Merrick Garland, nomeou um promotor independente para investigar o caso. A Casa Branca comunicou imediatamente sobre os arquivos encontrados em Wilmington, mas só reconheceu na última segunda-feira a descoberta dos que se encontravam em Washington – ou seja, dois meses depois.

Washington alega "erro" e fala de documentos tomados “inadvertidamente" por Biden.

Mal-estar em meio a decisão sobre reeleição

A comunicação a conta-gotas do Executivo –  que esperou a divulgação de informações à imprensa para admitir as descobertas – torna o assunto delicado para Joe Biden, no momento em que ele decide se vai concorrer à reeleição.

O caso relembra, apesar de muitas divergências, o do ex-presidente Donald Trump, que também está na mira da Justiça por ter levado documentos oficiais para sua residência na Flórida. A Casa Branca tenta evitar qualquer paralelo: os advogados de Joe Biden “agiram de forma imediata e voluntária”, assegurou Richard Sauber no sábado, enquanto Trump é acusado de ter ocultado os arquivos.

A oposição republicana, enfraquecida pelas divergências internas, vê nesta polêmica  uma oportunidade de recuperar algum protagonismo. O partido pretende investigar o assunto, por meio de uma comissão na Câmara dos Deputados – presidida pelo recém-eleito republicano James Comer.

Em entrevista à emissora Fox neste sábado, Comer considerou que a "família Biden (é) um risco à segurança nacional", em referência a documentos encontrados em Wilmington e ao filho mais novo do presidente, Hunter Biden, alvo recorrente do direita.

Com informações da AFP

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