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Governo da Venezuela assina acordo com oposição para liberar US$ 2,7 bilhões retidos no exterior

O governo venezuelano e a Plataforma Unitária, que representa a oposição, assinaram no início da tarde deste sábado (26) o acordo para a criação do Fundo de Atenção Social ao Povo Venezuelano. O projeto visa liberar de mais de US$ 2,7 bilhões que estavam retidos no exterior para ajudar a tirar a população da pobreza. O compromisso foi firmado durante os diálogos retomados no México e com mediação da Noruega.

Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, durante assinatura de acordo com membros da oposição.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, durante assinatura de acordo com membros da oposição. AP - Fernando Llano
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Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas

O documento foi assinado no México por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e líder das negociações pelo lado do chavismo, Nicolás Maduro Guerra, deputado e filho do presidente Nicolás Maduro, Camila Fabri, defensora de direitos humanos e esposa de um aliado do chavismo que está preso nos Estados Unidos. O lado opositor foi representado por Gerardo Blyde, líder da mediação da Plataforma Unitária, e por Stalin González e Tomás Guanipa, políticos de longa trajetória opositora, além do mediador da Noruega, Dag Nylander.

Este é o primeiro e mais importante acordo feito entre as partes após 13 meses da suspensão dos diálogos. Segundo Dag Nylander, o compromisso foi assinado para "atender às necessidades mais urgentes, com o apoio da ONU na implementação do quadro programático, incluindo a estrutura, o estabelecimento e a implementação de um fundo único, chamado de Fundo para a Assistência Social ao povo venezuelano".

Em um comunicado, representantes do governo e da oposição destacaram "a disposição de todas as partes de empreender iniciativas conjuntas para beneficiar o povo venezuelano e ajudar a atender as graves necessidades humanitárias".

O dinheiro será destinado para minimizar a grave crise alimentar, que assola grande parte da população venezuelana, além de modernizar o sistema elétrico do país, que sofre com constantes apagões. A verba também servirá de apoio aos afetados pelas inundações que atingiram a Venezuela recentemente. A Organização das Nações Unidas (ONU) será a administradora dos fundos, que estavam retidos no exterior pelas sanções impostas ao governo de Nicolás Maduro.

O mediador norueguês informou que ambos os grupos definiram “um conjunto de recursos pertencentes ao Estado venezuelano congelados no sistema financeiro internacional aos quais é possível acessar progressivamente. Esses recursos serão progressivamente incorporados ao fundo para atender às necessidades de proteção social”.

O acordo é considerado um grande passo na reaproximação entre os grupos de um país cada vez mais polarizado. “Celebramos um marco histórico no diálogo para o bem dos venezuelanos. Comemoramos a assinatura de um acordo parcial para resolver a crise venezuelana”, destacou Nylander. “As delegações trabalharam durante meses para chegar a este acordo. Este processo é a melhor maneira de encontrar uma solução política".

EUA cedem parcialmente 

O presidente venezuelano Nicolás Maduro informou pelas redes sociais que “a assinatura do segundo acordo parcial entre o Governo Bolivariano abre caminho para um novo capítulo para a Venezuela e para continuar avançando rumo à paz e ao bem-estar que todos os venezuelanos querem”.

Enquanto as delegações chegavam ao acordo no México, os Estados Unidos suspenderam algumas sanções autorizando a empresa petroleira Chevron a retomar parcialmente suas atividades de extração de petróleo na Venezuela.

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