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Com forte abstenção, presidente do México vence plebiscito sobre mandato e permanece no poder até 2024

O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador venceu o referendo sobre sua permanência no poder até 2024, apesar da forte abstenção. A consulta, a primeira deste tipo realizada no país, foi duramente criticada pela oposição que pediu aos eleitores que a boicotassem.

Um eleitor coloca seu voto na urna no referendo nacional no México sobre a continuidade do mandato do presidente Andrés Manuel López Obrador, na cidade do México, em 10 de abril de 2022.
Um eleitor coloca seu voto na urna no referendo nacional no México sobre a continuidade do mandato do presidente Andrés Manuel López Obrador, na cidade do México, em 10 de abril de 2022. AP - Eduardo Verdugo
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Ao agradecer o apoio, López Obrador descartou que usaria a vitória para promover uma reforma constitucional que permita sua reeleição, porque era “democrata” e “contra a reeleição”.  No México, o presidente é eleito para um mandato de seis anos, sem possibilidade de se reeleger. “Vamos terminar a reforma da transformação”, afirmou o presidente de esquerda em mensagem divulgada nas redes sociais.

De acordo com os primeiros resultados divulgados pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE) do México, mais de 90% (entre 90,3% e 91,9%) dos eleitores votaram a favor de que o chefe de Estado “continue na presidência”. Entre 6,4% e 7,8% votaram pelo fim do mandato.

A participação no referendo ficou entre 17% e 18,2%. Para que a consulta tivesse efeito, era necessário que 40% das pessoas habilitadas a votar participassem. Devido à baixa participação, o resultado não é vinculante. Isso significa que ainda que a opção pela saída do presidente vencesse, ele não seria obrigado a acatá-la.

“Foi uma votação muito boa”, defendeu Obrador, destacando que 15,6 milhões de pessoas tinham votado a seu favor.

Apesar da forte abstenção, para especialistas o presidente mexicano tem apoio para continuar até o fim do mandato. Obrador foi eleito em julho de 2018 com 30 milhões de votos. O apoio popular ao chefe de Estado seria resultado de programas sociais, aos quais destina US$ 23 bilhões (R$ 108 bilhões, 6,4% do orçamento) e políticas como melhora do salário mínimo, atualmente de US$ 265 (R$ 1.244).

Críticas

A consulta foi criticada pela oposição, que a considerou um "exército de demagogia". O plebiscito também gerou tensões entre o presidente e o Instituto Nacional Eleitoral, sobre questões orçamentárias. Pouco mais de 57 mil urnas foram instaladas, um terço das usadas na eleição presidencial.

“Poderia ter sido um voto histórico, mas o governo o transformou em uma piada para satisfazer seu próprio ego e continuar enganando os mexicanos”, disse Alejando Moreno, líder do Partido Revolucionário Institucional (PRI).

Nos dois anos de poder que restam para López Obrador, o presidente terá que conseguir apoio do Parlamento para seu projeto de “transformação”, que precisa de reformas constitucionais para ser realizado.

De acordo com dados oficiais, 44% dos mexicanos vivem na pobreza, um dos problemas que o presidente se comprometeu a resolver, juntamente com a corrupção. Outro desafio de Obrador e é a violência que fez 340 mil mortes desde 2006 e uma economia abalada pela Covid-19.

(Com informações de correpondente da RFI na cidade do México  Gwendolina Duval e agências)

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